A Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco é um evento promovido pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), no ano do seu cinquentenário, sendo, como de notório conhecimento, uma entidade vinculada à Secretaria Estadual de Cultura, que conta, para esta importante Semana, mais uma vez, com a colaboração de diversos parceiros.
Com o objetivo de celebrar o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, 17 de agosto, ao longo dos anos, o evento tem-se consagrado como um espaço de debates, interdisciplinar, multidisciplinar e interinstitucional, sobre questões essenciais à compreensão das formas de constituição, valorização, reconhecimento e preservação dos patrimônios culturais, a partir de ações previstas nos quatro eixos - pensar, interpretar, brincar e experimentar o patrimônio.
O evento chega à sua 16ª edição, trazendo o tema "Memórias do Patrimônio Cultural: entre legados e futuros," e reforça sua missão de sensibilizar, exaltar e exortar a sociedade, para participar da preservação dos bens culturais pernambucanos, em toda a sua diversidade e repletos de articulações emblemáticas.
Com uma extensa programação, registramos neste espaço de página a importância das ações da Fundarpe que serão realizadas a partir de hoje à tarde, diariamente, até 19 de agosto, por coincidência o Dia da Cultura Pernambucana, data escolhida em homenagem ao nascimento de Joaquim Nabuco, após proposição da Academia Pernambucana de Letras.
Esta 16ª Semana ensejou à Fundarpe, ao clima do seu cinquentenário, a criação da medalha José Luiz Mota Menezes, um dos maiores da preservação do patrimônio histórico, honraria com a qual vai distinguir 50 das entidades e personalidades do nosso Pernambuco Cultural.
A Carta de Veneza, cujos sábios ditames advieram de injunções legais sugeridas por órgãos de preservação do patrimônio histórico, incluindo-se o ICOMUS, uma criação da Unesco, tendo por objetivo a regulação e as técnicas ligadas aos museus.
Está na Carta de Veneza: "O monumento é inseparável do meio onde se encontra situado e, bem assim, da história da qual é testemunho." Uma busca do bem cultural (por exemplo, o monumento, que, inclusive, pode ser uma obra modesta), portanto, com o seu meio ambiente, com o seu derredor, enfim, com o seu contexto socioeconômico, rejeitando dialogar como um ente isolado no tempo e no espaço.
Preservar e restaurar monumentos são atividades essencialmente interdisciplinares, que exortam, como apregoa a Unesco, "para todas as ciências e todas as técnicas capazes de contribuir para o estudo e salvaguarda do patrimônio nacional." Daí, o leque de especialistas no campo da restauração, tais como engenheiros, arquitetos, historiadores, arqueólogos, críticos de arte e outros profissionais afeitos a obras de restauração e de preservação de monumentos ligados à história e à cultura da cidade onde se situa o monumento.
Nesta Semana, a 16ª promovida pela Fundarpe, vamos assistir à apresentação de 25 municípios, cada qual no seu chão pátrio, exibindo os seus valores ligados à veracidade da história, cultivando o que não passou do passado, despertando o pertencimento entre os seus nativos, em especial os jovens, numa pedagogia de amor à sua terra-berço. De compromisso com o seu chão pátrio.
No dia 19, o Dia do Historiador, além de ser o Dia da Cultura Pernambucana, em homenagem ao historiador, basta citar Cícero: "O primeiro dever do historiador é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidades ou rancores."
À Semana que ora se inicia, a claridade votiva de um passado que se deseja vivo e pungente!
Roberto Pereira, ex-secretário de Educação e Cultura de Pernambuco e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo (Abevt).