Opinião

H2V: Pra onde o futuro aponta

O hidrogênio verde tem sido reconhecido como o combustível do futuro

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FERNANDO DUERE

Publicado em 23/08/2023 às 17:42
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O hidrogênio verde tem sido reconhecido como o combustível do futuro. Um futuro que deverá combinar um suprimento confiável para atender à demanda crescente por energia limpa estimada em 25 a 30% até 2040 — e a necessidade que se impõe para “descarbonizar” nossa economia.

É cada vez mais clara e urgente a necessidade de operar uma transição energética no País. Substituir os combustíveis fósseis e garantir a nossa capacidade produtiva, por meio de um planejamento energético, evitando um colapso climático que põe em risco a própria sobrevivência do planeta. Os países que não aderirem à transição verde ficarão cada vez mais excluídos do mercado global em vários aspectos.

A indústria do H2V pode ser o elemento indutor de um novo ciclo de crescimento e desenvolvimento econômico. E o Brasil está especialmente bem posicionado para beneficiar-se dessa revolução industrial verde — e beneficiar-se duplamente, não só usando a energia limpa como combustível da reindustrialização, mas também como grande produtor e exportador do novo combustível.

Já temos uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, e nem utilizamos ainda todo o nosso potencial, seja hídrico, eólico, solar ou de biomassa. Temos vantagens iniciais que poucos países possuem, e isso já tem atraído a atenção dos investidores. A aposta no hidrogênio verde funciona, ainda, como um estímulo extra para ampliarmos o uso de nossas fontes limpas de energia, criando um ciclo virtuoso.

O parlamento tem uma parte importante da responsabilidade sobre o tema, no sentido de construir um ambiente propício para os negócios e definir diretrizes eficientes para a atuação do poder público na configuração de suas políticas. Os desafios que temos são planejamento energético, desenvolvimento tecnológico, formação de mão de obra qualificada, protocolos seguros de certificação e a cooperação internacional.

É imprescindível definir, de maneira rápida e eficiente, um marco regulatório dentro do qual a economia do hidrogênio verde possa prosperar. Nesse processo, a Comissão Especial do Hidrogênio Verde vem tendo um papel fundamental. Nesse colegiado, estamos fazendo uma ampla escuta através de audiências públicas, visitas, encontros com empresários e governadores, bancos de fomento, produtores de tecnologias do setor, além de pesquisadores e estudiosos no tema.

Políticas que, sendo bem sucedidas, poderão conduzir o País a um período de grande prosperidade, garantindo, ao mesmo tempo, o lugar destacado que merecemos ocupar numa economia mundial verde e sustentável.

Fernando Dueire, Senador da República

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