OPINIÃO

Se arrependimento matasse...

Voltamos, ao Brasil, depois dessa última decisão monocrática do ministro Toffoli de anular todos os julgamentos do Petrolão...Porque há coisas que não devem ser ditas. Mas, uma vez ditas, não podem ser esquecidas.

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José Paulo Cavalcanti Filho

Publicado em 22/09/2023 às 1:03
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Pensei escrever artigo com título em homenagem ao livro de Ruben Fonseca, "A Grande Arte da Corrupção". Ou alguma variável como "A Corrupção Venceu", "Viva a Corrupção", "Ah! Que Delícia de Corrupção" (mais um ponto de ironia que ainda não foi inventado). Para examinar os argumentos desse advogado do PT que virou ministro pelas mãos do hoje Presidente da República, a quem serviu como Advogado Geral da União. E do silêncio cúmplice de seus 10 colegas no Supremo que estão calados e, aparentemente, muitos satisfeitos. O que significa concordância ou covardia tertium non datur, não existe um terceiro (caso), diziam os romanos.

Mas é tarde, que tantos já escreveram e prefiro calar. Passo a palavra, então, a ilustres brasileiros. Tenho guardadas as cenas com suas falas. Claro que podem ser fake. Nesse mundo novo da Inteligência Artificial, em que vivemos, tudo é possível. Recomendo ter isso em mente, ao ler. Mas não acredito se dê, no caso, que quase sempre havia muita gente em volta deles, nos momentos em que foram ditas as tais falas. Seja como for, e considerando o que fizeram esses personagens depois, bem caberia aproveitar a frase de Christian Hugo Se arrependimento matasse eu já estaria morto e enterrado. Enfim, a essas frases:

ALEXANDRE DE MORAES, ministro do Supremo (1). "O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme a correspondência entre o teor de seu voto e o registro impresso exibido pela urna eletrônica".

ALEXANDRE DE MORAES, ministro do Supremo (2). "Um governo corrupto foi colocado para fora do Brasil pela corrupção (Dilma), pela falta de vergonha na cara de quem roubava bilhões e bilhões. Se, ao invés de roubar bilhões, tivesse investido na segurança, se ao invés de desviar dinheiro para construir porto em Cuba (Mariel, Lula) tivesse investido em presídios, nós estaríamos muito melhor".

 ANA PAULA HENKEL, jornalista da Jovem Pan. "Eu acho que vale a pena trazer essa capivara, aqui. O ministro das Relações Institucionais (entre outros ministros), Alexandre Padilha, responde a 132 processos. O secretário geral da Presidência, Márcio Macedo, 48 processos. O Advogado Geral da União, Jorge Messias (o Bessias de Dilma, hoje candidato ao Supremo), 59 processos. O ministro da Educação, Camilo Santana, 261 processos. O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, 71 processos. O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, 109 processos. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, 230 processos. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, 542 processos. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, 70 processos. O ministro da Justiça, Flávio Dino, 277 processos".

BOLSONARO, presidente da República (1): "É só uma gripezinha, tá ok" (não tenho a gravação, mas todos sabem que disse essa frase).

BOLSONARO, presidente da República (2): "Viva o coronel Brilhante Ustra!" (também não tenho, mas quem viu a votação do impeachment de Dilma se lembrará).

CIRO GOMES, candidato a presidente da República (PDT). " O PT transformou a corrupção numa ferramenta central do modelo do poder dele. Virou uma organização criminosa em vários lugares do Brasil. Estou dizendo isso com toda clareza e com muita dor. O Lula deu Furnas para o cara roubar, sabendo que o cara ia roubar".

DIAS TOFFOLLI, ministro do Supremo (1). "Nós já temos um semi-presidencialismo, com o controle do Poder Moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal".

DIAS TOFFOLLI, ministro do Supremo (2). "Se não fosse este Supremo Tribunal Federal, não haveria o combate à corrupção no Brasil". (???).

EDUARDO OINEG, apresentador do Jornal da Band (1). "Alexandre de Moraes enlouqueceu, passou a achar que tem um poder quase divino sobre a vida das pessoas... Há um lado lunático nessa história".

EDUARDO OINEG, apresentador do Jornal da Band (2). "Alexandre de Moraes desempenha mais o papel de mandante fora da lei e da Constituição, do que de ministro que deveria zelar por essa mesma lei e por essa mesma Constituição, pelo respeito que temos à instituição do Supremo Tribunal Federal. Essa é a opinião do Grupo Bandeirantes de Comunicação".

 FLÁVIO DINO, ministro da Justiça. "Como essas facções (criminosas) conseguem as suas armas? Eles vão nas lojas e compram? Não. Gente que diz que compra a arma porque é caçador e, na verdade, aluga arma para as facções". (???).

 FREDERICO NEVES, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco. "Muitos já não confiam no Judiciário... E a previsibilidade nos julgamentos, ministro Toffolli, passa pela imparcialidade dos julgadores".

GERALDO ALCKMIN, vice-presidente da República (1). "Talvez este seja um dos momentos mais delicados da nossa democracia. O risco do Brasil se tornar uma nova Venezuela é real. Temos a própria escuridão, o PT. Partido envolvido em corrupção, sem compromisso com as questões de natureza ética, sem limites. Depois de ter quebrado o Brasil, Lula disse que quer voltar ao poder; ou seja, meus amigos, ele quer voltar à cena do crime".

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