OPINIÃO

O desafio da liderança: encantar 5 gerações

É preciso criar espaço para que haja uma troca contínua entre os colaboradores misturando os níveis profissionais.

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JÕ MAZZAROLO

Publicado em 12/10/2023 às 0:00 | Atualizado em 12/10/2023 às 6:17
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Nós estamos num momento em que muitas Companhias têm colaboradores de 5 gerações diferentes convivendo nos seus departamentos. E, o desafio das lideranças é: como fazer com que a maioria trabalhe feliz. Como uma geração analógica pode trabalhar ao lado de uma digital?

Muito embora sejam pessoas de 5 gerações diferentes, uma coisa é comum a todas: a confiança no líder é a inspiração o time estar motivado, alegre e produzindo. Busquei datas e características para fundamentar o título do texto, mas vou avisando que as datas de uma e outra geração podem variar, como também as características não são 100% as que estão aqui.

Mas nós líderes trabalhamos com referenciais para entender melhor o jeito de trabalhar. Vamos combinar que algumas características são muito marcantes. A geração chamada Baby Bommer, minha geração. Os nascidos entre 1945 e 1960 adoram colecionar objetos, livros, revistas. Se orgulham de ter toda a coleção de revistas de  esportes, de misses, notícias e aquela que a maioria dos homens comprava e usava como desculpa "comprei para ler por causa das longas entrevistas". As entrevistas eram muito boas, mas tinha outro motivo agregado. A minha geração coleciona também trabalho. A relação com os líderes é forte e de muita lealdade e confiança.

Depois chega a geração X, para os nascidos entre 1961 a 1979. É a geração do diploma E com três profissões em destaque: engenheiros, médicos e advogados. Os pais falam com orgulho dos filhos que seguiram estas carreiras. É uma geração que gosta do reconhecimento financeiro e que valoriza muito o bem-estar da família, a realização de sonhos. São empreendedores, protagonistas e com uma relação de respeito e disciplina ao trabalho.

Entre 1980 e 1995 nasce a geração Y. A chamada geração do propósito. Para eles, o prazer está diretamente relacionado à realização profissional. São mais flexíveis e gostam de aprender sobre várias coisas diferentes e circular por vários setores nas companhias. Os nativos digitais nascem entre 1995 e 2010. Para esta geração a estabilidade financeira é vista como consequência do trabalho e é o foco da vida. Gostam de morar perto do trabalho e não se preocupam muito com "casa própria". São mais objetivos e diretos, mas querem muito ser ouvidos. Gostam de um feedback - se puder ser diário - melhor ainda.

A partir de 2010 nasce a geração Alpha. São 100% tecnológicos, a estrutura familiar é diferente da tradicional, são ágeis, criativos e, ao mesmo tempo, com pouca concentração. Podem se frustrar bastante se não conseguirem o que querem. Agora o time está pronto e você tem a missão de liderar. Como conseguir que todo o time tenha o senso de pertencimento convivendo com quem tem mais idade do que os pais deles. Já me deparei com jovens na equipe que só o meu tempo de carreira era o dobro da idade deles.

Imaginem ser líder com, pelo menos duas ou até três gerações que são do tempo do líder de comando e controle, manuais de redação ou rotinas de indústrias, com as outras que gostam de experimentar, de errar e corrigir, de dialogar para tomar decisões. O desafio para os líderes é potencializar as características de cada geração. Eu acredito que os mais jovens precisam de suporte e espaço para que voem, evoluam. Os que são plenos gostam de um acompanhamento mesmo que não tão próximo, mas sempre presente.

E com os sêniores o líder aprende junto. É preciso criar espaço para que haja uma troca contínua entre os colaboradores misturando os níveis profissionais. Os mais sêniores não têm a rapidez da busca nas redes, mas, com certeza, podem ter a solução mais rápida porque analisam rapidamente relacionando com o que já viveram. Acredito muito numa companhia onde haja valorização de todos. Destacando as características de cada um.

Jô Mazzarolo, MZ Consultoria

 

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