OPINIÃO

Treinador de futebol

Treinador de futebol foi Jorge Vieira. A turma nova nunca ouviu falar nele. Ele foi campeão em 1960, aos 26 anos, pelo América do Rio, no seu primeiro trabalho como técnico e foi apontado como o campeão mais jovem do Brasil

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ARTHUR CARVALHO

Publicado em 08/11/2023 às 0:00 | Atualizado em 08/11/2023 às 11:38
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Alcancei o tempo em que técnico de futebol era chamado de técnico ou treinador de futebol. Assim, foi e era com Otto Glória, Freitas Solich, Béla Guttmann, Gentil Cardoso, Filpo Núnes, Osvaldo Brandão. Hoje é "professor". Professor de quê? Renato Gaúcho, Abel Ferreira são professores de palavrões, cartões amarelos e vermelhos, invasões e tentativas de invasões de campo para agredir os árbitros e longos e exaustivos discursos para justificar derrotas que tiveram culpa. Ninguém aguenta mais esse pessoal que tenta sublimar sua incompetência com lições de filosofia barata, antropologia, sociologia, oratória, como se os torcedores fossem otários.

Treinador de futebol foi Jorge Vieira. A turma nova nunca ouviu falar nele. Ele foi campeão em 1960, aos 26 anos, pelo América do Rio, no seu primeiro trabalho como técnico e foi apontado como o campeão mais jovem do Brasil. Em 1968 foi campeão baiano pelo Galícia. Ser técnico campeão pelo Flamengo, São Paulo, Grêmio e Atlético Mineiro é fácil. Em abril e junho de 1971, Jorge Vieira veio comandar o Sport, mas durou pouco, vítima de sórdida e covarde campanha homofóbica, promovida pelo mesmo cafajeste que influenciou os cearenses a massacrar o time do Náutico, em Fortaleza, em jogo que quebraram um dos rins do saudoso volante Salomão. E ele se picou pro América, onde foi ídolo (nem diretoria, sócios, torcedores ou jogadores do Sport foram culpados das infâmias contra ele).

Técnico de futebol foi Tim, o lendário Elba de Pádua Lima. Grande jogador, o El Péon dos argentinos, jogou pela seleção brasileira (1936-1944) e foi um dos maiores ídolos do Fluminense. Seus dribles fáceis e insinuantes eram comparáveis aos de Garrincha. Domingos da Guia dizia que em 10 anos ao seu lado, nunca o viu errar. Foi considerado o maior estrategista do futebol brasileiro pela revista Placar. Ao contrário do técnico Fernando Diniz, que costuma se dirigir aos seus jogadores em público com grosserias, era amigo deles. E nunca arrebatou microfone volante de repórter, como esse português do Palmeiras que é o maior salário de técnico a América do Sul para detratar o Brasil, em suas aradas entrevistas.

Arthur Carvalho, da Associação da Imprensa de Pernambuco - AIP.

 

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