OPINIÃO

Natal, natais, estações de uma vida!

Que nos corações dos homens só haja a semente do bem, brotando somente bondade e amor. Assim seja, por todos os séculos, amém!

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ROBERTO PEREIRA

Publicado em 18/12/2023 às 0:00 | Atualizado em 19/12/2023 às 10:57
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Que neste Natal de tantos natais rezemos pela paz dos que estão em guerra, pelo alimento aos esfomeados, pela harmonia, pelo lar aos sem-teto, pelo amor nos corações ceifados pelo ódio! Uma prece, Senhor, que celebre o nascimento do Menino Deus num advento que não exista apenas na data natalícia, mas em todos os dias, o dia todo, de cada ano.

Que o Ano Novo renove não somente as esperanças, mas leve a fé aos incrédulos, força e coragem à vida, conforto aos desesperados, leveza à alma e um espírito natalino moldando os seus passos e, na topografia, os seus caminhos.

Não à tristeza, sim à alegria! Não à violência, sim ao amor! Não á soberba, sim à modéstia! Não à arrogância, sim à humildade! Não à vaidade, sim à simplicidade! Não à ganância desenfreada, sim à parcimônia diante das coisas materiais! Não à indiferença, sim à gratidão! Não à traição! Sim à lealdade!

Olhos de ver e ouvidos de ouvir! Andar a bem andar. Sorrir a bem sorrir. Um coração em festa, eis o tema e o lema! Viver assim é bom viver...

Natal, natais, estações de uma vida. Marcos indeléveis à presença do ser humano. Natal da manjedoura, do Deus que nasceu para salvar o homem do pecado original. Natal no melhor espírito de religiosidade, de fraternidade, de paz e de amor. Um Natal cristão de celebração da fé, de propósitos espirituais, de pureza, terno e fraterno, afável e confiável nas vivências e convivências dos humanos deste mundo.

Que no céu, Senhor, cada estrela seja uma janela aos seus olhos de bondade e de infinita misericórdia. Que os maus se redimam, purifiquem-se para a maior Glória de Deus.

Que o mundo seja de paz e as pessoas, amenas e humanas, abram os seus corações à bondade! Menos ódio e mais amor. Menos inveja, menos egoísmo e mais solidariedade. E que haja mais flores nos jardins da vida e mais sorrisos nos lábios de toda gente. Esta, Senhor, a aritmética dos cristãos, das pessoas de boa índole, verdadeiramente justas, razoáveis e salutares.

Ótica e ética. Voz e vez. Moral e cidadania. Conduta e civilidade. Liberdade e honestidade. E cada pessoa, lúdica e lúcida, seja emoldurada por esses valores inerentes à dignidade humana.

Natal, Senhor, de muitos natais, cada qual tem o seu guarda. O Natal do Menino Jesus, da feliz noite da Noite Feliz. "Do sino, claro sino, / tocas para quem? / Para Deus menino? / que de longe vem," segundo o poeta azul Carlos Pena Filho.

Liturgicamente, da ceia natalina do peru assado, motivo de reunião entre familiares, da troca de presentes no ensejo dos "amigos- secretos," do congraçamento que acontece na data e nem sempre perdura nos dias subsequentes, como se o nascimento do Menino Deus não fosse para nos salvar do pecado original e a todos uma conexão com as pessoas de boa vontade.

O Natal, do Cristo salvador do mundo, símbolo também da cultura, do folclore ao clima do ciclo natalino, esquecido por muitos, lembrado por um outro tanto. Como não se alegrar e, até, se emocionar, assistindo aos pastoris, ao cavalo-marinho, ao reisado, ao boi, às burrinhas, às pretinhas do congo e a outras manifestações do mosaico da cultura popular.

A soma dos dias, Senhor, è a subtração das horas. Devemos pensar, minuto por minuto, nessa realidade da vida. Sim, ao nascermos, cada hora a mais é uma hora a menos. Por que não pensamos nisso, Pai? Viver é se aproximar da eternidade, do juízo final, quando, ao sermos julgados, acusamo-nos dos erros cometidos. Esta vida, portanto, é efêmera, durando um ínfimo milionésimo do tempo infinito que aguarda todos nós.

Por fim, que nos corações dos homens só haja a semente do bem, brotando somente bondade e amor. Assim seja, por todos os séculos, amém!

Roberto Pereira, ex-secretário de Educação e Cultura de Pernambuco e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo (Abevt). 

 

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