OPINIÃO

O papel dos conselheiros nas práticas ASG/ESG

Os conselheiros desempenham um papel importante, na conscientização e no convencimento necessários para o engajamento e a implantação das práticas ASG/ESG, não só pela contribuição para as pessoas e para o planeta, mas, também, pela construção de uma base sólida para o futuro e o sucesso empresarial a longo prazo.

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CARLA E CLÁUDIO SÁ LEITÃO

Publicado em 12/01/2024 às 0:00 | Atualizado em 18/01/2024 às 11:41
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O momento atual requer o comprometimento das empresas com as práticas "ASG" (Ambiental, Social e Governança), cuja abreviatura em inglês "ESG" (Environmental, Social and Governance), sendo imprescindível para a sobrevivência das organizações. A crescente consciência, em relação a crise ambiental e a injustiça social, tem influenciado o comportamento dos consumidores, funcionários e investidores, que agora estão exigindo, cada vez mais, a transparência e a responsabilidade socioambiental das empresas.

Em função disso, os consumidores estão escolhendo produtos e contratando serviços das empresas que se preocupam com o meio ambiente e a sociedade em geral. Os funcionários estão optando por empresas que valorizam a sustentabilidade e a justiça social e, por usa vez, os investidores estão cada vez mais direcionando seus investimentos para as empresas com altos padrões de ASG/ESG, uma vez que estas organizações apresentam menores riscos e tem maior potencial de rentabilidade a longo prazo. Sem considerar que os órgãos reguladores, em todo o mundo, estão exigindo que as empresas sejam mais transparentes sobre as suas práticas ASG/ESG.

Nesse contexto, os consultores independentes, que são membros integrantes dos conselhos consultivos e dos conselhos de administração das empresas, têm um papel fundamental, uma vez que estes são os responsáveis pela estratégia das organizações, além de terem o dever de assegurar que elas estão preparadas para essa nova realidade. Para isso, é necessário que o conselheiro tenha um entendimento sobre ASG/ESG e como essa sigla se relaciona com o universo dos negócios. Além do conhecimento técnico, é essencial que o conselheiro desenvolva uma convicção pessoal sobre a importância da ASG/ESG.

Essa convicção será a base para defender a adoção de práticas de ASG/ESG na empresa. A formação dessa convicção deve estar baseada em uma compreensão clara dos benefícios da ASG/ESG para as empresas e a sociedade em geral. Também é fundamental que o conselheiro se familiarize com as legislações, normas e regulamentos, principalmente sobre as políticas das práticas já existentes na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) e na CVM - Comissão de Valores Mobiliários, (órgão que regula o mercado de capitais), entre outros órgãos. Com base no conhecimento e na convicção, o conselheiro consegue sensibilizar e convencer os sócios e o CEO das empresas sobre a importância de adotar as práticas de ASG/ESG. Esses 2(dois) passos, mencionados anteriormente, antecedem as etapas de um diagnóstico empresarial para identificar os riscos e as oportunidades, de modo a fornecer as sugestões, em forma de recomendações, para melhorias e ajudar no desenvolvimento de uma estratégia robusta de ASG/ESG.

A partir do diagnóstico ASG/ESG é estabelecido um plano de ação, onde a comunicação e o engajamento contribuem para a implementação e o sucesso de todo o processo. Com o tempo, depois de implantação das práticas ASG/ESG, é crucial a constante revisão para melhoria das políticas, práticas e resultados. Por fim, os conselheiros desempenham um papel importante, na conscientização e no convencimento necessários para o engajamento e a implantação das práticas ASG/ESG, não só pela contribuição para as pessoas e para o planeta, mas, também, pela construção de uma base sólida para o futuro e o sucesso empresarial a longo prazo.

Carla e Cláudio Sá Leitão, sócios da Sá Leitão Auditores e Consultores

 

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