A cidade é feita de casas
E de covas rasas.
A cidade é feita de ruas
E de estátuas nuas.
A cidade é feita de praças
E de fumaças.
A cidade é feita de bares
E de azares.
A cidade é feita de amores
E de dores.
A cidade é feita de graças
E das massas.
A cidade é feita de gentes
E de carentes.
A cidade é feita de inteligências
E de consciências.
A cidade é feita de artistas
E de conquistas.
A cidade é feita de poesias
E de maresias.
A cidade e feita de centenas de equipamentos,
Milhares de lamentos
E de milhões de sentimentos.
Hoje, vamos sair cidade afora,
Em festança,
Em frevança.
“De braços para o alto,
cabelos desgrenhados”.
Vamos sair cidade afora,
Rindo.
Explodindo.
“Tomar umas e outras
e cair no passo que entra na cabeça,
depois toma o corpo e acaba no pé”
Vamos sair cidade afora.
Dançando,
Cantando
“Felinto, Pedro Salgado, Guilherme Fenelon,
cadê seus blocos famosos, Blocos das Flores,
Pirilampos, Apôis Fum?”
Vamos sair no Bloco Galo da Madrugada.
Agora a cidade está completa: “Tem uma dança
que nenhuma terra tem”.
E ao som dos clarins, com o rufar dos taróis,
na cadência do surdo, ouvindo a marcação da tuba,
fervendo nos acordes dos metais em brasa,
vamos ladrilhar as ruas com pedrinhas de brilhantes
Para o BLOCO passar.