OPINIÃO

O empreendedorismo como catalisador para a geração de emprego e renda

Um aspecto importante a considerar no contexto do empreendedorismo é a questão da equidade de gênero

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PRISCILA LAPA

Publicado em 03/06/2024 às 5:00
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O empreendedorismo é um motor essencial para o desenvolvimento econômico e social, especialmente em um contexto de desafios persistentes, como o desemprego. No Brasil, a taxa de desemprego registrou uma queda para 7,5%, no trimestre móvel de fevereiro a abril, redução de um ponto percentual em comparação à taxa de 8,5% no mesmo período do ano passado, de acordo com a PNAD contínua, metrificada pelo IBGE.

Pernambuco, embora seja um estado de grande potencial econômico, continua com números muito mais desafiadores. Estamos em penúltimo lugar no ranking de desocupação, chegando a 12,4% de pessoas maiores de 14 anos desempregadas. No contexto nacional, só não temos números piores do que o estado da Bahia. Diante dessa realidade, é imperativo adotar abordagens inovadoras para impulsionar a atividade empreendedora e incentivar a economia criativa, como uma fonte promissora para a geração de emprego e renda, especialmente no interior do estado.

As políticas de incentivo ao empreendedorismo no Brasil têm evoluído, mas ainda enfrentam desafios em sua implementação e eficácia. É fundamental que essas políticas sejam estrategicamente direcionadas e adaptadas às necessidades específicas de cada região, levando em consideração suas características econômicas, sociais e culturais, com foco no desenvolvimento territorial.

Um aspecto importante a considerar no contexto do empreendedorismo é a questão da equidade de gênero. Mulheres frequentemente enfrentam barreiras adicionais ao ingressar no mercado de trabalho formal, devido a fatores como discriminação de gênero, responsabilidades familiares e acesso limitado a recursos e oportunidades. Nesse sentido, o empreendedorismo pode representar uma alternativa viável para as mulheres, oferecendo-lhes a possibilidade de conquistar independência econômica e dignidade por meio do trabalho por conta própria.

No entanto, é necessário que as políticas públicas reconheçam e abordem as desigualdades de gênero que persistem no empreendedorismo, garantindo o acesso equitativo a recursos, capacitação e apoio institucional. Além disso, é fundamental promover uma cultura empresarial inclusiva e sensível às necessidades e aspirações das mulheres empreendedoras, incentivando a diversidade e a igualdade de oportunidades em todos os setores da economia.

A economia criativa emerge como um campo de grande potencial para estimular o empreendedorismo e impulsionar o desenvolvimento regional. Compreendendo setores como design, moda, audiovisual, tecnologia da informação, artesanato e cultura, a economia criativa oferece oportunidades únicas para a criação de empregos e a geração de valor agregado.

No entanto, para que o potencial da economia criativa seja plenamente realizado, é necessário um ambiente favorável que estimule a inovação, o acesso a financiamento e a capacitação empreendedora. Além disso, políticas de incentivo ao empreendedorismo devem promover a integração entre os setores criativos e tradicionais da economia, criando sinergias que proporcionem o crescimento sustentável.

A experiência internacional demonstra que políticas de incentivo ao empreendedorismo, quando bem planejadas e executadas, podem ter um impacto significativo na redução do desemprego e no estímulo ao crescimento econômico. É importante ressaltar, contudo, que não existe uma abordagem única que sirva para todas as realidades. É necessário um esforço conjunto entre o governo, o setor privado, as instituições de ensino e a sociedade civil para criar um ecossistema empreendedor vibrante e inclusivo.

O empreendedorismo e as políticas públicas desempenham um papel fundamental na construção de uma economia mais dinâmica e resiliente. Em Pernambuco, é essencial aproveitar o potencial da economia criativa como um catalisador para a geração de empregos e renda, especialmente em áreas menos desenvolvidas do estado. Através de um compromisso conjunto com a inovação e o empreendedorismo, podemos transformar desafios em oportunidades e construir um futuro mais próspero para todos.

Priscila Lapa é jornalista e doutora em Ciência Política; Sandro Prado é mestre em administração e economista

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