OPINIÃO

A cibersegurança precisa chegar antes dos ataques

No Brasil, apesar da considerável importância dada à segurança no ambiente digital, investimentos ainda não são realidade massiva.

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FLÁVIA BRITO

Publicado em 11/06/2024 às 0:00 | Atualizado em 11/06/2024 às 9:55
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Estratégicos para todos os tipos de negócios, os investimentos em cibersegurança precisam ser considerados pelas empresas antes mesmo de qualquer ataque virtual. Prevenir ações , que podem desencadear em enormes prejuízos é fundamental no atual nível de digitalização que vivemos, independentemente do setor de atuação.

Se antes da pandemia de Covid-19 já vivíamos em um mundo conectado, o salto digital entre 2020 e 2021 acelerou todas as estimativas sobre a produção e troca de dados cibernéticos. O home office e outras práticas de trabalho à distância, como espaços colaborativos e compartilhados, vieram para ficar e empresas de todo o planeta já manifestaram intenção de incorporar novos modelos de atendimento e de manter seus colaboradores trabalhando, pelo menos parcialmente, de casa. Por outro lado, também cresceram vertiginosamente os crimes e as ameaças virtuais. Os hackers se aproveitam das vulnerabilidades de nossos dispositivos eletrônicos e das redes que utilizamos para realizar ataques que podem gerar prejuízos incalculáveis.

Apesar da IDC Cyber Security Research Latin America 2023 apontar que 39% dos executivos de tecnologia da informação da América Latina, garantem que irão investir em segurança de TI, o Brasil ainda é um país que investe pouco quando o assunto é proteção digital. O país ocupa a nona posição entre os países com mais aplicações/gastos com TI e Telecom, representando 1,7% de todo o planeta, mas os gastos das empresas brasileiras com segurança representam cerca de 3,5% dos investimentos feitos em TI.

É primordial que as empresas tirem do papel os planos de investimentos em cibersegurança. Nós já sabemos, por inúmeras pesquisas e avaliações, que a cibersegurança é fator importante no planejamento financeiro de executivos e seus respectivos negócios, mas esses recursos ainda são pouco executados. É necessário, virar a chave para entender que trata-se de um investimento preventivo, que precisa ser feito antes de acontecer um problema e ser mantido.

E mesmo que não seja de forma preventiva, o Brasil ainda carece de investimento em segurança cibernética diante de uma série de ciberataques. A segunda edição do "Barômetro da Segurança digital", pesquisa encomendada pela Mastercard ao Instituto Datafolha, revelou que 64% das empresas brasileiras são alvo de fraudes e ataques digitais com média ou alta frequência, crescimento de 7% se comparado com a primeira edição, divulgada em 2021.

Os dados mostram que , a cibersegurança é considerada muito importante para mais de 84% das companhias, mas não é uma prioridade no orçamento para 23% das companhias.

A pesquisa entrevistou decisores da área de tecnologia de empresas dos setores de educação, financeiro e seguros, tecnologia e telecom, saúde e varejo e mostrou que, apesar das organizações reconhecerem a importância da cibersegurança, elas ainda não desenvolvem políticas de segurança digital e treinamento para os seus funcionários de forma aprofundada. Apenas 35% das empresas entrevistadas possuem uma área própria de cibersegurança e somente uma em cada quatro empresas tem planejamento anual para segurança digital. Ainda assim, quando questionados sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), 81% dos entrevistados responderam que a legislação trouxe benefícios para as organizações.

Em termos de legislação, temos avançado em relação ao regramento de como é possível reagir e punir ciberataques, mas isso não quer dizer que é possível se tranquilizar quanto às soluções de cibersegurança que precisam ser adotadas e constantemente aprimoradas. E é isso que precisa estar no radar das empresas e em seus planejamentos financeiros. A cibersegurança hoje é protagonista, vital para garantir o funcionamento de uma série de serviços nos mais diversos setores.

Considerando todo esse cenário de constante risco de invasões de dados, fica claro o quanto é importante investir em cibersegurança. A prioridade é prevenir antes que o problema se torne realidade. Deve estar em medidas para minimizar as chances de ataques, com soluções como um ativo plano de segurança; contar com um assessment de segurança, para entender as vulnerabilidades do negócio, e busca por implementação de um plano de conscientização constante dos funcionários, evitando riscos para a rede da empresa.

Flávia Brito,  CEO da Bidweb

 

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