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Dignismo

É essencial que a educação para a formação de cidadãos dignos ocorra nas famílias e nas escolas desde a infância.....Com dignidade

Publicado em 07/09/2024 às 0:00 | Atualizado em 08/09/2024 às 10:53

Capitalismo, Socialismo, Comunismo são sistemas econômicos, sociais e ideológicos que provocam interesses e discussões polarizadas, consequentemente geram desunião. Como alternativa, Evelin Lindner, fundadora da Human Dignity and Humiliation Studies e da World Dignity University (WDU), cultivou o conceito Dignismo, que tem como princípio fundamental a união universal da humanidade para a convivência social e para a organização das sociedades. Lindner argumenta que a dignidade é o direito inerente de cada pessoa ser tratada com respeito e consideração, independentemente de sua origem, crenças, gênero ou qualquer outra característica

O Dignismo propõe que a dignidade deve ser o pilar central de todas as políticas, práticas e interações humanas, promovendo uma cultura onde cada indivíduo seja valorizado e protegido contra qualquer forma de humilhação ou desumanização. Lindner destaca que a dignidade é um imperativo coletivo, que exige que as sociedades se organizem de maneira a garantir que todos os seus membros possam viver dignamente.

Nessa perspectiva, o Dignismo se opõe a sistemas e estruturas que perpetuam desigualdades, discriminação e violência, buscando substituir essas dinâmicas por relações baseadas na igualdade, no respeito mútuo e na solidariedade. É uma visão que incentiva a cooperação global e a compreensão intercultural, promovendo um mundo onde a dignidade de cada pessoa é reconhecida como um valor fundamental para a paz e o desenvolvimento humano sustentável.

Lindner e seus colaboradores na WDU acreditam que o Dignismo é um caminho para resolver conflitos e superar as divisões sociais, pois coloca a dignidade humana no centro de todas as decisões e ações. Essa abordagem é vista como essencial para a construção de um futuro mais justo e harmonioso, onde a dignidade de cada indivíduo é honrada e celebrada como um direito inalienável. Para Lindner, a dignidade é a base fundamental para a convivência humana, estando no centro das interações sociais e das estruturas organizacionais.

Ela vê a dignidade como um direito universal que transcende culturas, religiões e sistemas políticos. Enfatiza que a dignidade não é apenas um atributo individual, mas um princípio coletivo que deve orientar a construção de sociedades justas e pacíficas. Destaca ainda que a dignidade exige respeito mútuo, igualdade, honestidade e solidariedade, o que implica na rejeição de qualquer forma de humilhação, desumanização, discriminação, opressão, corrupção ou desigualdade.

Francisco Gomes de Matos, co-fundador da WDU, linguista e Professor Emérito da UFPE acrescenta que a dignidade está enraizada na comunicação humana e no uso responsável e ético da linguagem. É a "comunicação humanizadora", onde a dignidade é promovida por meio de um discurso que respeite e valorize a humanidade de todos os indivíduos. Gomes de Matos acredita que a linguagem tem o poder de construir ou destruir a dignidade, e, portanto, deve ser usada de maneira a elevar e respeitar o outro. Ele defende que a comunicação deve ser empática, inclusiva e não-violenta, buscando sempre promover a paz, a harmonia social, o bem coletivo.

A WDU é uma iniciativa educacional e cultural que tem como propósito a promoção do Dignismo. Cria uma comunidade global de aprendizado que inspira indivíduos e grupos a adotarem a dignidade como um princípio norteador em todas as suas interações e decisões. Oferece recursos educacionais, treinamento, realiza pesquisas e promove diálogos que capacitem indivíduos e organizações a entender e praticar a dignidade em seus contextos locais e globais. Os programas abordam questões como direitos humanos, justiça social, paz e resolução de conflitos, sempre sob a ótica da dignidade. Os seus valores estão profundamente enraizados no respeito pela dignidade humana e na promoção de um ambiente de aprendizado inclusivo e colaborativo. São eles: Dignidade (reconhecimento do valor intrínseco de cada ser humano, independentemente de suas diferenças); Inclusão (compromisso com a criação de espaços educacionais que sejam acessíveis e acolhedores para todos); Respeito (valorização do diálogo respeitoso e da escuta empática); Justiça (promoção de práticas e políticas que fomentem a equidade e a justiça social); Solidariedade (crença na importância da cooperação global e da responsabilidade compartilhada na construção de um mundo onde todos possam viver com dignidade).

Conjuntamente, Evelin Lindner e Gomes de Matos reforçam que a dignidade seja constantemente nutrida por meio de práticas educacionais e comunicativas que promovam a compreensão, a justiça e o respeito entre os seres humanos. Precisa ser um princípio orientador para a elaboração de leis e políticas públicas. É o alicerce sobre o qual se deve construir todo o arcabouço institucional, jurídico e moral de uma sociedade, assegurando que cada pessoa seja reconhecida em sua humanidade e tenha suas necessidades básicas e direitos fundamentais plenamente atendidos. Todos com acesso a educação e saúde de qualidade, segurança e oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

Lembrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos inicia com uma afirmação clara de que "todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos". Esse princípio reflete a crença fundamental de que a dignidade não é algo que pode ser concedido ou retirado, mas sim um valor intrínseco que pertence a cada pessoa por sua própria humanidade.

É essencial que a educação para a formação de cidadãos dignos ocorra nas famílias e nas escolas desde a infância, e a WDU se posiciona como uma força motriz para colaborar com essa formação, atuando tanto na esfera educacional quanto na sociedade em geral.

Eduardo Carvalho, Autor do livro 'Por um Brasil Digno' 

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