Mendonça Filho, educação e reforma do ensino médio
O Novo Ensino Médio, como assim é chamado, não obstante o seu lado polêmico, tem eixos favoráveis à melhoria do ensino-aprendizagem
A partir de 2025, o contexto educacional, tendo como partícipes os educadores, professores, estudantes e seus familiares, vivenciará um ensino médio modelado com outros parâmetros, outras diretrizes, uma nova forma de caminhar, graças à aprovação da lei de reforma, em agosto último.
O Novo Ensino Médio, como assim está sendo chamado, não obstante o seu lado polêmico, conforme se sabe entre algumas entidades e no seio de algumas lideranças, são muitas as entidades colimadas com os seus eixos e assimilados como favoráveis à melhoria do ensino-aprendizagem.
O novo modelo, agora aprovado, propõe maior flexibilização ao conteúdo curricular, inclusive ao Enem, e inserção das opções do conhecimento especializado â formação profissionalizante, ensejando alternativas aos jovens, inclusive no que concerne ao mercado de trabalho.
A educação é a viga mestra para o crescimento econômico e social de um país, contornando o futuro de cada cidadão e, em geral, da sociedade na sua integralidade. No Brasil, a humana ansiedade tem sido uma expectativa por uma qualidade do binômio ensino-aprendizagem, com o fim de moldar os estudantes às perspectivas do futuro, motivo pelo qual se impunha o Novo Ensino Médio, vaticinado por muitos dos educadores, como vetor de um ensino de qualidade e consoante as necessidades dos tempos atuais.
Em boa hora, o Jornal do Commercio, sempre identificado com a causa da educação, reuniu especialistas para debater o Novo Ensino Médio, dentre estes os secretários de Educação do Estado e o do Recife, respectivamente, Alexandre Schneider e Fred Amâncio, além de Mendonça Filho, ex-ministro da Educação, e Mozart Neves Ramos, ex-reitor da UFPE e ex-secretário de Educação do Estado.
Esse Novo Ensino Médio aponta para o futuro, segundo Mendonça Filho, em artigo publicado neste jornal, no caderno especial sobre Educação, evidenciando que, assim, “o novo futuro deixa para traz vinte e cinco anos de debates sobre a reforma do ensino médio. Ficou no passado um modelo defasado, com alta taxa de evasão e baixíssimo desempenho de aprendizagem.”
Mendonça, quando ministro da Educação, enxergou mais longe a necessidade de uma reformulação das práticas pedagógicas no ensino médio, buscando não somente a revitalização do currículo adotado, mas também uma preparação que ensejasse o empoderamento dos alunos a ponto de se obter uma preparação que os conduza a uma maior eficácia no exercício da preparação ao enfrentamento dos desafios ligados ao século 21.
Mendonça Filho exalta e exorta durante o seminário aqui citado: “O caminho da formação técnica é uma das chaves para a abertura de oportunidades vinculadas à empregabilidade,” acentuando o ex-ministro.
Mozart Neves Ramos, por outro lado, ressaltou a necessidade de adaptação do ensino superior ao novo perfil de alunos. “Vivemos em um mundo que mudou exponencialmente nos últimos 10 a 15 anos. O Novo Ensino Médio, com seu foco em competências e habilidades, exige que as universidades também se transformem para receber esses alunos mais preparados e alinhados às demandas contemporâneas.”
A manifestação de Mozart, professor catedrático da USP de Ribeirão Preto, sendo um alerta, é também uma convocação às imperiosas adaptações das universidades aos seus novos alunos, sem deixar de ser um testemunho eloquente à reforma e à sua aprovação.
Entendo que, ao efetuar os estudos sobre o Novo Ensino Médio, deduzo, com respeito e admiração, quão ousado foi o hoje deputado federal Mendonça Filho, quando ministro da Educação, no seu mister de proceder, com altivez e elevado espírito público, à maior reforma educacional feita no Brasil, desde a Lei de Diretrizes e Bases na década de 1990.
Mendonça fez questão de colocar em relevo a fundamental importância do apoio político dado pelo então presidente Temer, sem o que ele confessadamente não teria levado a efeito tão urgente e relevante reforma do Ensino Médio no Brasil.
Ao cabo e ao fim, Mendonça Filho, com inexcedível didatismo, explicou como vai funcionar a nova organização curricular do ensino médio: “Agora, os conteúdos curriculares serão divididos por áreas de conhecimento em vez de disciplinas isoladas, como no passado. Continuaremos a ensinar matérias, como matemática, história, geografia e ciências, mas de forma mais integrada, o que permitirá um aprendizado mais contextualizado e relevante para a realidade dos estudantes.”
Mendonça Filho, com a aprovação do Novo Ensino Médio, entregou à Nação brasileira uma reforma educacional que o consagra como ministro operante e exitoso, deixando um legado que vai permitir às gerações mais novas sempre responderem “presente” ao futuro.
Roberto Pereira foi secretário de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco e é membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.