Zootecnia e Forragicultura, presenças constantes nas nossas vidas

A Zootecnia e a Forragicultura contribuem decididamente para a melhoria das condições de vida. Ciências permitem consumo de alimentos de qualidade

Publicado em 14/10/2024 às 5:00

Em 2024, o Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco e o seu curso de Graduação e de Pós-Graduação em Zootecnia em Recife completaram 54 e 44 anos, respectivamente A Associação Brasileira de Zootecnistas, há 36 anos, tem trabalhado para aumentar a valorização, a visibilidade e a divulgação do Zootecnista. No Brasil, essa profissão foi regulamentada em 1968 e atualmente existem 131 cursos de Graduação.

A Zootecnia impacta diretamente o cotidiano das famílias ao melhorar a qualidade e acessibilidade de alimentos, através de avanços no manejo alimentar, genético e sanitário. Tecnologias sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta, tornaram a produção mais eficiente e com menor impacto ambiental. Nestas tecnologias, as plantas forrageiras assumem um papel de destaque. Mas o que é Zootecnia? O que são plantas forrageiras? Zootecnia é a ciência que estuda o melhoramento genético, a nutrição e a produção dos animais, incluindo aqueles de produção, pet e silvestres. A Zootecnia busca criar e manejar estes animais, proporcionando bem-estar e promovendo sustentabilidade. Forragicultura é a ciência que estuda as plantas utilizadas na alimentação animal, chamadas de plantas forrageiras.

A Zootecnia e a Forragicultura contribuem decididamente para a melhoria das condições de vida da sociedade. Estas ciências permitem que alimentos de qualidade, a exemplo da carne, leite, ovos, cheguem na mesa das famílias brasileiras.

A rastreabilidade no sistema de produção animal garante produção com maior bem-estar animal e melhor qualidade nutricional do alimento para o consumidor. É a criação em pastagens que garante que o Brasil seja competitivo no mercado externo e seja o maior produtor mundial de carne. O cultivo de leguminosas forrageiras contribuem de forma marcante na redução da necessidade de uso de fertilizantes nitrogenados no campo. O uso de plantas forrageiras com certas substâncias, como tanino, por exemplo, contribui para menor emissão de metano pelos ruminantes, minimizando o efeito de gases do efeito estufa no aquecimento global. Sistemas silvipastoris garantem maior biodiversidade, diversificação de renda para o produtor e mitigação de impactos ambientais. As plantas forrageiras são importantes recursos para os visitantes florais, como as abelhas, insetos que além de produzirem mel, são tão importantes para produção de muitas culturas alimentícias.

Em ambientes como a Caatinga no Semiárido brasileiro, as plantas forrageiras desempenham um papel crucial no desenvolvimento da pecuária, garantindo a subsistência de famílias e o protagonismo das mulheres nas atividades rurais. A pecuária no Semiárido exige o uso de espécies resistentes a seca, como a palma forrageira. Pesquisas desenvolvidas nos últimos 60 anos têm promovido melhoria no manejo e na produtividade desta cactácea, permitindo a expansão do seu cultivo na região.

As plantas forrageiras fornecem muitos benefícios materiais e imateriais que ajudam a sociedade de diferentes formas e permitem que o país possa cumprir os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU para 2030. É um desafio atual a necessidade de quebrar paradigmas no ensino e na pesquisa, buscando popularizar a Zootecnia e a Forragicultura. Neste sentido, estas ciências devem continuar buscando contribuir para a construção de um mundo melhor, produzindo alimentos com compromisso social e menor impacto ambiental.

Mércia Virginia Ferreira dos Santos é Zootecnista, Professora Titular do Departamento de Zootecnia-UFRPE e
membro da Academia Pernambucana de Ciências

Tags

Autor