João Carlos Paes Mendonça reúne jornalistas há 52 anos

O empresário João Carlos Paes Mendonça, quando se mudou de Aracaju para o Recife, criou uma grande amizade com os jornalistas pernambucanos

Publicado em 13/12/2024 às 0:00 | Atualizado em 13/12/2024 às 18:11
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Em 1966, quando abriu o primeiro Bompreço do Recife, em Casa Amarela, estive lá. Na época, era repórter do Diario de Pernambuco e fui com o diretor comercial Joezil Barros. Um encontro de sergipanos apaixonados por dois Estados: Sergipe e Pernambuco. Quando assumi a coluna social do Diário de Pernambuco, ele mandou colocar uma mensagem de saudação do Bompreço.

 Em dezembro de 1972, ele me telefonou para me convidar para um encontro que queria ter com os jornalistas, que eram seus amigos. Seria no dia 18 de dezembro, no seu gabinete na presidência do Bompreço, na Avenida Caxangá, em frente ao Bompreço, onde hoje tem o Mix Mateus. Estavam lá, recordo bem, Joezil Barros, Moysés Kerstman, Alexandrino Rocha, Paulo Fernando Craveiro, Aldo Paes Barreto. O evento, com scotch e salgadinhos, tudo muito bem organizado por Léa Pabst - uma figura elegantíssima -, que era assessora de Comunicação do grupo. Conversa foi até perto da meia-noite. 

No ano seguinte, o evento se repetiu com algumas novidades: foi a primeira vez que fui a um evento com manobrista para guardar os carros dos convidados e novos convidados, como o fotógrafo Fernando Gusmão, que trabalhava comigo e tornou-se amigo de João Carlos. Na saída, cada jornalista ganhava uma cesta de Natal, que mandou vir do Bompreço: era, descobri, a maior que o supermercado vendia.

 Lembro de um fato interessante, num desses primeiros encontros: cheguei mais cedo na sede da Caxangá e fiquei conversando com Angélica, secretária de João Carlos por muitos anos. Fiquei encantado com a máquina elétrica que ela usava, uma IBM que tinha bolinhas de aço para trocar os tipos da impressão. Era um sonho ter uma delas, porque custava quase o valor do meu salário na época. Angélica contou a João Carlos e, na véspera do Natal, recebi em casa uma IBM novinha, com um cartão dele: "Para o amigo sergipano usar este produto fabricado na Serra do Machado". Não a máquina, mas o carinho dele, que nasceu naquele povoado de Sergipe.

 Léa Pabst organizou o evento por alguns anos. Quando ela faleceu, João Carlos suspendeu o encontro por dois anos. Quando contratou Carmem Peixoto para o lugar de Léa, decidiu retornar o encontro dos jornalistas. Já num número maior, tanto que o evento saiu do seu gabinete para um salão anexo, com maior capacidade, mas mantendo o mesmo clima de cordialidade e amizade. Ficou lá até a presidência do Bompreço se mudar para um empresarial, perto do Shopping Recife.

 O evento já se transformara no maior evento dos jornalistas, com convidados de todos os jornais, emissoras de rádio e televisão, sucursais de empresas do Sul. Foi, então, para duas casas de eventos, a Blue Angel e a Arcádia de Boa Viagem.

 A partir de 2006, com a inauguração do JCPM Trade Center, no Polo Pina, o evento passou a acontecer naquele local. Chegou a reunir mais de 230 jornalistas, tornando-se o mais esperado encontro dos profissionais de imprensa do Recife. Com um detalhe: quando comprou o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, fez questão de convidar profissionais de todos os veículos. E passou levar a esposa Auxiliadora para receber os amigos.

 Foram várias festas temáticas, com o apoio de consulados, como da França, da Itália, do Japão. E Carmem Peixoto criou uma competição interessante, quando pessoas apareciam fantasiadas de figuras da história, para serem identificadas. Descobridor ganhava um belo prêmio. Entre os que interpretaram os personagens, José Pimentel, Zezinho Santos, Germano Haiut. E havia o sorteio de prêmios, como televisores, celulares, eletrodomésticos. E o próprio João Carlos acionava o setor de tecnologia da empresa para descobrir o brinde eletrônico da moda, como carregador de celular, aparelho de som portátil, que eram dados a todos os presentes.

 Sempre que usava da palavra destacava sua alegria com o evento. Um deles prestou homenagem a Graça Araújo, que havia falecido. Com a ida de Carmem Peixoto para a Comunicação do Shopping RioMar, a festa passou a ser organizada por Carla Seixas, que manteve o brilho e o sucesso. Só parou com a chegada da Pandemia do Coronavirus. E já tinha ganho edições com os jornalistas de Salvador e Aracaju.

 Em 2023, encontrei João Carlos no almoço no Ruizito e sugeri a volta do encontro. Ele aceitou a ideia de fazer um evento menor, reunindo, como no primeiro, apenas seus amigos. E pediu a Carla Seixas para organizar um almoço no JCPM Trade Center. Encontro teve o mesmo clima de confraternização anterior e ficou conhecido pela sua frase, na saudação aos jornalistas: "Eu voltei", para lembrar que depois da pandemia assumia o comando total do SJCC e traria muitas novidades. Como aconteceu.

 Quarta-feira, tivemos o evento deste ano, já com um maior número de participantes e João Carlos, como sempre, extremamente feliz. Na sua saudação, destacou a amizade que sempre teve com os jornalistas e falou sobre seu novo projeto, o Condomínio Praia de Guadalupe, que será um dos mais bonitos do Brasil. Fiquei com a sensação de que ele vai querer uma confraternização ainda maior no próximo ano. Nestes 52 anos, o encontro só deixou de acontecer em seis anos. Tive o privilégio de estar em quase todos: só faltei a três, por estar viajando.

João Alberto Martins Sobral, editor da coluna João Alberto no Social 1

 

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