João Alberto: O mais famoso réveillon do mundo

Nova York faz a mais famosa festa de Ano Novo do universo, atraindo pessoas de todos os continentes. No entanto, não é uma tarefa fácil

Publicado em 26/12/2024 às 19:28
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Nova York faz a mais famosa festa de Ano Novo do universo, atraindo pessoas de todos os continentes. No entanto, não é uma tarefa fácil, no meio de uma multidão de um milhão de pessoas, debaixo de um frio de zero grau. Estive lá três vezes e conto os detalhes da experiência.

Passar o réveillon em Nova York é o sonho de muita gente. A cidade, conhecida como a Capital do Mundo, é famosa pelas suas festas de Ano Novo.

Nova York tem muitas outras opções de lugares para celebrar o Ano Novo, como, por exemplo, num passeio de barco, pelo Rio Hudson.

Mas, claro, para a maioria, o importante mesmo é participar da festa na Times Square, que a televisão mostra para o mundo inteiro.

Tive a oportunidade de realizar este sonho por três vezes. Experiências marcantes, mas, convenhamos, tendo que enfrentar alguns problemas.

Para começar, a chegada dias antes, ao Aeroporto John Kennedy, superlotado, trazendo passageiros do mundo inteiro para curtir a festa.

A fila para conseguir um táxi para Manhattan, gigantesca, sem falar na insistência de motoristas clandestinos, oferecendo a viagem. Muitas vezes por preço superfaturado e com perigo, com alguns casos policiais sendo contados.

É fundamental ficar hospedado num hotel perto da Times Square, onde tudo acontece. Em todas as vezes, tive o cuidado de fazer a reserva com meses de antecedência.

Quem deixa para o mês de dezembro, vai pagar uma tarifa até cinco vezes maior. É a tal da lei da oferta e da procura.

O trânsito em Manhattan torna-se simplesmente infernal, sendo tarefa quase impossível conseguir um táxi. E o metrô, única forma de transporte, fica superlotado.

Quem fica hospedado num hotel longe vai ter muita dificuldade para chegar. Até andando é difícil, pois as ruas em torno da praça ficam apinhadas de gente.

É bom lembrar que a festa é no meio do inverno e faz muito frio em Nova York, muitas vezes em torno do zero grau. Tem que estar muito bem agasalhado para suportar.

Detalhes como roupas especiais, brancas, não funcionam. Praticamente todo mundo está com grossos casacos escuros.

A partir do meio-dia, toda a circulação de veículos na região é proibida, podendo ser visto um grande esquema de segurança.

João Alberto, colunista social do JC

 

Quem quiser acompanhar o espetáculo deve chegar cedo. Muita gente em torno das 18h, com uma dificuldade a mais: não existem banheiros na região, nem sequer os químicos.

 

A partir das 20 horas, torna-se difícil até conseguir um lugar para ficar. Como na cidade não é permitido consumir bebidas alcóolicas na rua, usam o jeitinho, enrolando as garrafas nos sacos de papel das lanchonetes da área. Os policiais fazem de conta que não veem.

 

O ponto alto é a queda de uma bola iluminada de cinco toneladas do alto do edifício “One Times Square”, exatamente à meia-noite. A multidão comemora, se abraça, deseja Feliz Ano Novo. Imediatamente depois, a multidão de mais de um milhão de pessoas se dispersa. Em poucos minutos as ruas ficam vazias e começa a dura disputa para conseguir um táxi.

 

Muitas festas acontecem depois, em hotéis e restaurantes, mas para poucos: custam muito caro, especialmente as promovidas por hotéis de luxo. A opção é procurar na internet, festas em restaurantes, que são mais simples e menos caras. Inclusive, em alguns brasileiros, os únicos onde a festa tem clima de carnaval.

 

Na Times Square não tem show pirotécnico. Estes acontecem em outras regiões da cidade, a começar do Central Park, que tem o mais bonito deles.

 

Não é uma festa fácil de curtir, mas vou confessar: estou com saudade de estar lá nos primeiros minutos do Ano Novo.

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