Editorial

Lei Seca segue importante

Publicado em 30/07/2020 às 6:00
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Que álcool e direção são incompatíveis, isso parece um truísmo ou - como ensina Houaiss - uma verdade incontestável, evidente. Mas, no mundo real que vai além da definição, impõe-se o hábito com tanta força que foi preciso criar uma Operação Lei Seca (Lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008) para dizer aos motoristas que não podem combinar bebida alcoólica e direção.

Contudo, Pernambuco mostra que a "letra fria" da lei está sendo desrespeitada com mais frequência do que seria considerável: de sexta-feira (24) a domingo (26) deste mês, 89 motoristas foram autuados.

Segundo dados do Detran-PE, entre janeiro e junho de 2018, o número de condutores autuados por dirigirem sob o efeito de bebida alcoólica no Estado foi de 994. O número foi no mesmo período de 2019 de 1.009, enquanto que em 2020 voltou a descer - devido à suspensão temporária da fiscalização por parte da Lei Seca - para 981.

O art. 165 do Código de Trânsito estabelece como infração "Dirigir alcoolizado, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica".

Talvez esteja faltando, como recurso pedagógico inconfundível, informar aos motoristas que seis decigramas por litro de sangue correspondem à ingestão de duas latinhas de cerveja. A partir daí, fica mais fácil dizer se o cidadão tem consciência de que pode comprometer a vida de outros, se pode levar uma multa de quase 3 mil reais e ter a carteira de motorista suspensa por 12 meses.

O balanço até agora de autuados é de grande importância como material instrutivo, pedagógico, necessário para que haja maior conscientização, e com um agravante, como explica Felipe Gondim, coordenador da Lei Seca em Pernambuco: "Hoje, temos as equipes de saúde concentradas no combate à covid.

Toda vez que alguém ingere bebida alcoólica e causa um acidente, as pessoas ficam em leitos durante um período longo. Um acidente gerado por alcoolemia representa um leito a menos que vai estar disponível para aquelas pessoas que possam se contaminar com a doença".

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