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Números da violência armada em Pernambuco indicam a urgência de políticas de segurança efetivas para o Grande Recife

Presenciamos a disseminação da sensação de insegurança coletiva e do medo de indivíduos marcados por casos de violência armada na família ou na vizinhança

JC
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Publicado em 22/02/2023 às 5:06
Divulgação/PRF
Com o trio também foram apreendidos dois revólvers calibre 38 - FOTO: Divulgação/PRF

Relatório do Instituto Fogo Cruzado com dados do ano passado muda o perfil da violência armada em Pernambuco, aproximando a insegurança experimentada pelos pernambucanos daquela vista em outras partes do País, como o Rio de Janeiro.

De acordo com o estudo, houve um crescimento de 143% nas vítimas de balas perdidas, e de 31% a mais de homicídios múltiplos, em 2022. Vale recordar que o mesmo ano registrou número recorde de mortes por tiro em nosso estado. Em texto para o Blog de Jamildo, a coordenadora regional do Instituto, Ana Maria Franca, analisa: “Quem não convivia com a violência armada, sentiu-se mais perto dela. Quem já convivia, infelizmente, teve ainda mais motivos para temer”.

Presenciamos a disseminação da sensação de insegurança coletiva e do medo de indivíduos marcados por casos de violência armada na família ou na vizinhança. Como menciona Ana Maria Franca, a morte de uma criança de 6 anos por bala perdida enquanto brincava na frente de casa, em Porto de Galinhas, ou de adolescentes assassinados em um salão de beleza no bairro do Totó, afeta a vida de milhares de pessoas residentes nas proximidades, além dos que sentem o impacto das notícias mesmo sem morar nas redondezas.

É preciso evitar que esses casos se repitam, porque ir atrás dos responsáveis depois dos disparos realizados, não impede as mortes ou os traumas, nem o efeito multiplicador da violência sobre o imaginário da população. 

A coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado pede à nova governadora, Raquel Lyra, uma reforma na segurança pública: “Feminicídios, balas perdidas, duplos assassinatos, crianças e adolescentes vítimas da violência armada. No estado que anos atrás lançou o Pacto Pela Vida, programa de redução de homicídios muito premiado, o que se vê, hoje, é uma população tentando sobreviver”.

De acordo com o mesmo Blog de Jamildo, o novo governo que sucedeu o PSB após 16 anos de poder, prepara um Plano Estadual de Segurança em substituição ao Pacto Pela Vida. A integração da Secretaria de Defesa Social com outras áreas do governo deve pautar a formulação, bem como a participação dos cidadãos no desenho das políticas de segurança.

A Região Metropolitana do Recife é o palco de desigualdades históricas e permanentes em Pernambuco. Somente nas primeiras semanas de 2023, 68 pessoas foram vítimas de homicídio no Grande Recife. Além dos problemas estruturais de cunho social, a facilidade em adquirir armas e munições, nos últimos anos, também é apontada como fator influenciador da violência.

Dentro dos assuntos prioritários e em atendimento ao modelo de administração pública que implementa a governança metropolitana, o novo governo do Estado tem no enfrentamento da insegurança um dos maiores desafios da gestão. As informações do Instituto Fogo Cruzado dão a dimensão da urgência com que o assunto deve ser tratado, em conjunto, pelo governo do Estado e os municípios.

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