O encontro do presidente da República com a governadora, hoje, no Palácio do Campo das Princesas, desperta a atenção dos pernambucanos. Ambos em início de mandato, Lula e Raquel Lyra conquistaram os votos da maioria em oposição a governos que tentavam se manter no poder. E após 16 anos de domínio do PSB no estado, Lula chega nos primeiros meses de seu terceiro mandato presidencial em um ambiente político diferente, renovado pela ascensão da ex-prefeita de Caruaru. No entanto, apesar dos ciúmes e das polêmicas próprias da vaidade de muitos políticos, a agenda do encontro é tão vasta que não pode se reduzir ao seu significado para os partidos, lideranças e perspectivas de poder, no horizonte estreito da visão eleitoreira que não abandona certos mandatários.
A pauta se estende por diversas áreas do interesse coletivo dos cidadãos pernambucanos. E por isso não há tempo para esquentar disputas locais. Porque os problemas da população, acumulados em décadas, não pode mais esperar. O sentido de colaboração deve guiar os dois governantes recém-empossados, seja para cuidar de medidas preventivas contra as chuvas que já começaram a chegar, para ampliar a oferta de moradias dignas que impeça a continuidade da ocupação desordenada das áreas de risco em comunidades à beira do abismo, ou para resolver a gestão do transporte metroviário, que vem num processo de sucateamento evidente, que os governos estaduais e federais anteriores deixaram evoluir.
Outros temas inescapáveis estarão no cardápio do almoço no Recife. Como a gestão compartilhada do Arquipélago de Fernando de Noronha, o destino da obra da Ferrovia Transnordestina, crucial para o desenvolvimento de Pernambuco, a retomada de obras paralisadas, inclusive de habitação, bem como obras de barragens e adutoras para melhorar a malha hídrica estadual. Sem mencionar programas setoriais como o de segurança pública e cidadania – Pronasci – lançado na capital federal, com a presença
da governadora pernambucana, a convite da Presidência da República, ou o programa de merenda escolar, pelo qual o governo federal destinou mais de R$ 230 milhões ao estado, há poucos dias.
Em reunião com o conjunto dos governadores, em Brasília, o presidente Lula declarou que seu gabinete e os dos ministros estariam sempre abertos para todos os governadores. Foi uma fala propícia e promissora de começo de mandato. Com o passar dos meses, não apenas os governadores, mas sobretudo o povo brasileiro torce para que a sintonia entre o Planalto e os governos estaduais se estabeleça concretamente, para a perseguição de objetivos comuns focados no bem coletivo. De sua parte, desde antes da posse, a governadora Raquel Lyra tem garantido que não faltará diálogo com o presidente, sendo notória a disposição neste sentido, na busca de benefícios para a população. Como gestores públicos ciosos de sua responsabilidade, os olhares de ambos precisam se dirigir às necessidades do povo, especialmente para os mais pobres.
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