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Previsão de chuvas fortes aumenta a expectativa sobre as medidas preventivas

Apesar de chuvas acima da média, o ano de 2023 pode ter menos eventos extremos do que os observados em 2022, o que tende a ser uma boa notícia.

JC
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Publicado em 26/03/2023 às 5:00
GUGA MATOS/JC IMAGEM
Fortes chuvas deixam pontos de alagamentos na cidade do Recife - Av Sul - Alagamento - Chuva - Trânsito - FOTO: GUGA MATOS/JC IMAGEM

Mesmo se não houvesse a previsão, o elevado número de mais de uma centena de mortes, no ano passado, causadas por deslizamentos e alagamentos em temporais, demandaria do poder público o atendimento da responsabilidade cabida perante a segurança e o bem-estar da população. Todavia, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), os prognósticos para os próximos meses são inquietantes para os habitantes das áreas de risco, sobretudo na Região Metropolitana do Recife, local dos
estragos e das perdas irreparáveis há quase um ano.

A estimativa é de um volume acumulado possivelmente acima da média na região, e também no Agreste e na Zona da Mata, entre os meses de abril e junho – ou seja, praticamente antes de o inverno iniciar oficialmente, em 20 de junho, teremos muita chuva.

O aquecimento do Oceano Pacífico e as anomalias de temperatura do Atlântico são indicados pelos meteorologistas como fatores potenciais de maior precipitação climática no estado. Apesar de chuvas acima da média, o ano de 2023 pode ter menos eventos extremos do que os observados em 2022, o que tende a ser uma boa notícia.

De qualquer maneira, é importante que estejamos preparados para evitar que novas tragédias se repitam. Neste sentido, as medidas anunciadas recentemente pela Prefeitura do Recife e pelo Governo do Estado constituem sinais positivos de que a prevenção está se incorporando ao planejamento público, no que diz respeito à gestão dos efeitos climáticos e de seus agravantes na desordem da ocupação urbana.

Para tentar impedir que as nuvens carregadas continuem sendo maus presságios na capital, onde 51 pessoas morreram no ano passado em decorrência das chuvas, o prefeito João Campos quase dobrou o investimento da Ação Inverno, passando de R$ 148 milhões, no ano passado, para R$ 291 milhões agora. Recursos que serão destinados a ações emergenciais em áreas críticas, onde o risco é conhecido e o medo, constante.

A adoção de novos protocolos e o uso de tecnologias de alerta irão beneficiar 58 mil cidadãos recifenses, segundo o prefeito. Na lista de providências, obras nas encostas de morros, drenagem e recuperação de escadarias para facilitar a mobilidade.

Como novidade na comunicação, os avisos de chuvas fortes poderão ser recebidos por quem se inscrever no Conecta Recife, aplicativo já utilizado para a marcação de vacinas e outras ações da municipalidade.
Por sua vez, a governadora Raquel Lyra, ao visitar Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe, castigadas por temporais há poucos dias, anunciou o aporte de R$ 23 milhões em investimentos no Corpo de Bombeiros e na Defesa Civil em todo o estado.

Os recursos devem ampliar e melhorar a estrutura de socorro às vítimas. A governadora vem solicitando aos prefeitos que efetuem planos de prevenção e combate aos efeitos das chuvas. Assim como defende a melhoria dos sistemas de monitoramento das áreas de risco, nas cidades, com apoio do governo estadual.

Com o tempo carregado no horizonte, a expectativa dos pernambucanos é que as medidas tragam resultados imediatos, ainda este ano, reduzindo o sofrimento da parcela da população mais vulnerável na estação das chuvas, há décadas.

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