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Fim da emergência global e as marcas da pandemia de Covid

Com um comunicado formal de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a pandemia de Covid-19 foi retirada do nível de emergência sanitária global

JC
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Publicado em 05/05/2023 às 23:42 | Atualizado em 05/05/2023 às 23:48
TONY WINSTON/MS
Desde janeiro de 2020 a emergência de mais alto nível estava associada ao coronavírus - FOTO: TONY WINSTON/MS

Com um comunicado formal de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a pandemia de Covid-19 foi retirada do nível de emergência sanitária global E o mundo respira aliviado, após três anos de sofrimento e mortes.

Somente no Brasil, foram mais de 700 mil vidas perdidas em consequências de complicações da doença,
hoje comparável, na maioria dos casos, a uma gripe comum. Mas as marcas da pandemia ainda estão entre nós, e certamente não vão deixar de ser lembradas pela geração atual, bem como inspirar cuidados com a saúde pública em todas as nações.

Desde janeiro de 2020 a emergência de mais alto nível estava associada ao coronavírus. O status pandêmico permanece, sem a gravidade de antes. A medida tomada pela OMS segue a linha de países como o Brasil e os Estados Unidos, que já haviam tirado a emergência sanitária relativa à Covid.

O anúncio foi realizado sob o tom de esperança, pois a entidade mundial da saúde liderou um esforço inédito de pesquisa de vacinas, orientações de prevenção e protocolos de tratamento para o enfrentamento da doença, em um dos momentos mais difíceis para a humanidade em toda a história.

A notícia é para ser celebrada como uma vitória da cooperação científica sobre uma ameaça que poderia ser letal e se espalhou em velocidade exponencial no planeta.

As marcas da pandemia são visíveis em diversas perspectivas. Na saúde pública, a dependência de insumos produzidos em alguns poucos países exige a abertura de novos polos, para que não se repitam as dificuldades de distribuição, em futuras pandemias.

Os sistemas nacionais de saúde foram postos no grau extremo de demanda, revelando o quanto é necessário fazer para que as crises sanitárias venham a ser geridas com eficiência, inclusive nas nações mais desenvolvidas.

Nos países pobres, a falta de vacinas mostrou a face cruel do poder econômico, apesar dos alertas e queixas constantes da própria OMS, e das promessas dos líderes mundiais para suprir a demanda global com equidade. O que até hoje não aconteceu.

No Brasil, como em outros lugares, a pandemia aprofundou radicalismos e o divisionismo político e social, tendo a negação da eficácia das substâncias imunizantes, e mentiras sobre tratamentos alternativos não provados cientificamente, como propulsores de fake news e da hesitação de parcela da população em tomar as doses das  vacinas disponíveis para se proteger contra as formas mais agudas da Covid.

As consequências de longo prazo desse comportamento se refletem na baixa cobertura vacinal de adultos e crianças, até para males para os quais já se tinha uma tradição na vacinação.

Um esforço institucional e coletivo deve ser feito para recuperar o hábito da vacinação como a melhor defesa humana contra agentes agressores do organismo. Em outra marca de longo espectro, a educação de crianças e adolescentes foi impactada intensamente, devido ao forçado afastamento das escolas.

O ensino remoto buscou se apoiar na tecnologia de comunicação para minimizar o distanciamento, mas o aumento da evasão escolar depois da volta regular às aulas, no Brasil, evidencia o desafio imposto aos educadores e gestores públicos, no sentido de resgatar o interesse dos jovens pela aquisição de conhecimentos.

No mundo do trabalho, nas relações pessoais e afetivas, nas trocas comerciais e em vários outros temas, a pandemia de Covid trouxe problemas que prosseguem, em um “novo normal” em curso.

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