Educação

Ensino superior no Brasil precisa melhorar

A qualidade do ensino deixa a desejar, comprometendo não apenas a formação para o trabalho, como também a competitividade nacional

JC
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JC
Publicado em 22/05/2023 às 0:00

A Universidade Federal de Pernambuco – UFPE – vem se destacando em diversas áreas do conhecimento há muitos anos. Professores renomados, funcionários dedicados e uma estrutura de ensino de excelência, em vários cursos, fazem com que a universidade pernambucana ligada ao Ministério da educação (MEC) seja considerada referência regional. Não é por acaso que estudantes de outros estados buscam a UFPE para sua formação superior e de pós-graduação, bem como professores de todo o país a vejam como oportunidade para o desenvolvimento da profissão e o aprimoramento do conhecimento científico.
Mas o resultado da lista mais recente do World University Ranking não é boa notícia para o Brasil, nem mesmo para a UFPE. Nenhuma instituição de ensino superior brasileira aparece, sequer, entre as 100 melhores do mundo – o que é ilustrativo da defasagem da educação que começa no fundamental e se espalha, em efeito dominó, até o nível superior. Apesar do aumento do número de universidades, nas últimas décadas, oferecendo mais vagas no interior, a qualidade do ensino deixa a desejar, comprometendo não apenas a formação para o trabalho, como também a competitividade nacional, brecada no principal insumo de inovação.
O Brasil pontua o ranking com apenas 22 universidades entre as mil melhores do planeta. A desigualdade no interior do país é realçada, mais uma vez, na observação do levantamento educacional: nenhuma instituição de ensino superior do Nordeste se destaca entre as dez melhores, com a UFPE como a melhor, na 14ª posição. Por mais que seja digna de celebração relativa a colocação no topo entre as nordestinas, a distância para outras universidades no território nacional, e por cima disto, a diferença registrada entre o ensino superior brasileiro e o visto lá fora, faz com que a notícia soe mais como um alerta, do que motivo de fogos perto do São João.
Com as duas brasileiras mais bem colocadas em São Paulo – a USP, em 109º lugar, e a UNICAMP em 344º - a melhor universidade federal no ranking é a UFRJ, que só aparece em 376º. A UFPE está na 878ª posição na classificação mundial. E a UFRPE, a Rural, em 41º lugar no nacional, e 1.645º no mundo. As três melhores do planeta para se estudar se localizam nos Estados Unidos (Harvard, Massachussetts e Stanford), seguidas por Cambridge e Oxford, na Inglaterra. Outras cinco universidades norte-americanas completam o top 10 da lista.
Segundo o MEC, ao comentar o ranking, o governo federal vem buscando recompor o orçamento cortado para a educação na gestão passada, de Jair Bolsonaro, visando ampliar o acesso à universidade – e a permanência dos alunos no ensino superior. Enquanto lida com problemas estruturais complexos, o setor público em todos os níveis, no Brasil, se depara com o desafio de melhorar a qualidade do ensino, da alfabetização à formação profissional. Sobretudo no Nordeste, o desafio deve integrar políticas de desenvolvimento, e se mostra vinculado à desigualdade histórica no território nacional. Mas as condições da educação em cada estado e município não dependem exclusivamente do governo federal. Há muito que governos estaduais e prefeituras poderiam fazer, e não fazem.

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