Censo

Pernambuco em números: o desafio da transformação

Notáveis ganhos populacionais se deram, além de Petrolina, em Caruaru, Garanhuns e Vitória de Santo Antão

JC
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Publicado em 29/06/2023 às 0:00

Com cerca de 4,5% da população brasileira, o estado de Pernambuco aparece no Censo realizado no ano passado pelo IBGE com pouco mais de 9 milhões de habitantes. É o segundo mais populoso do Nordeste, e o sétimo do país. Por sua vez, a concentração urbana da Região Metropolitana do Recife é a quinta no território nacional, com um contingente de quase 3,8 milhões de pessoas. Terceira maior cidade pernambucana, Petrolina é a que mais cresceu, demograficamente, nos últimos doze anos.
Dos 184 municípios, apenas 12 têm mais que 100 mil moradores. Mesmo assim, a densidade demográfica estadual é a sexta do Brasil, com mais de 92 habitantes por quilômetro quadrado. A cidade mais densamente povoada em solo pernambucano é Olinda, com quase 8,5 mil habitantes por km2. No Recife, a densidade é de 6,8 mil por km2. Dos 15 municípios que integram a concentração urbana recifense, 11 apresentaram crescimento de 2010 a 2022, especialmente Ipojuca, Itapissuma e Paulista. Com a metrópole à parte, notáveis ganhos populacionais se deram, além de Petrolina, em Caruaru, Garanhuns e Vitória de Santo Antão.
Petrolina registrou um salto em quantidade de gente nos últimos 12 anos, com acréscimo de 92 mil pessoas, passando a frente de Caruaru e Olinda no ranking populacional do estado. Com isso, a cidade é agora a 13ª do Nordeste, com densidade demográfica de quase 85 habitantes por km2. O aumento da população pode representar um sintoma de desenvolvimento, mas também traz desafios para a gestão pública e os próprios moradores, deparados com uma realidade transformada em pouco tempo.
O detalhamento da pesquisa do Censo sobre a variação demográfica e as características dos habitantes configura importante elemento para o planejamento e a sequência de políticas públicas, em todos os níveis de governo. Deveria ter sido feito em 2020, mas a pandemia de Covid não permitiu, e só aconteceu no ano passado. Com isso, os novos gestores estaduais, que tomaram posse em janeiro, dispõem ainda no primeiro ano de mandato de informações preciosas para estabelecer programas e metas de gestão.
Em Pernambuco, o crescimento de Petrolina e de outras cidades lança o olhar do gestor para o interior, para compreender o que está ocorrendo, e fazer o que se espera do poder público para que esse crescimento se traduza em melhoria da qualidade de vida. Do lado oposto do mapa, na Região Metropolitana do Recife, governos do estado e dos municípios têm a chance de aproveitar os dados do Censo para implementar a aguardada governança metropolitana, integrando soluções a partir da visão conjunta dos problemas que englobam a população em deslocamento, diariamente, entre as cidades da região.
E os problemas se acumulam, em todo o estado. Conhecer o cidadão que demanda serviços básicos de saúde, educação, moradia, transporte e lazer, é fundamental para fazer com que os discursos bem embalados conquistem viabilidade e se tornem realidade. O futuro de Pernambuco passa por mudanças que podem ser desenhadas hoje, desde que haja compromisso de todos com a transformação.

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