Com dez dias de duração em vinte polos de eventos, a 31ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) começa na semana que vem, e se estende até o final de julho. A programação foi divulgada ontem, e mescla os tradicionais shows para multidões com outras atividades culturais para públicos menores, valorizando as manifestações artísticas do estado. Trata-se de uma estação de intensa movimentação turística na região, impulsionando a economia local e os fluxos econômicos criativos em todo o território pernambucano, ampliando oportunidades e abrindo perspectivas importantes de ocupação e empreendedorismo na cultura.
O investimento de R$ 11 milhões pelo governo do Estado ainda é restrito, se comparado a outros projetos bancados com recursos públicos – como as centenas de milhões de reais despejados na Arena em São Lourenço da Mata, para a Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014. Mesmo assim, produtores culturais e artistas celebram o aporte, que representa muito para o estímulo das atividades de criação, sobretudo enquanto evento catalizador de grande público num mês de férias, já propício à fruição do lazer e do turismo cultural.
Nomes de peso da música nacional e pernambucana marcarão presença, como Lenine, Geraldo Azevedo, Otto, Pato Fu, Arnaldo Antunes, Maestro Forró, Nação Zumbi, Mombojó, Ave Sangria, Mestre Ambrósio, Mundo Livre S/A e Cascabulho. Mas as atrações musicais, embora mobilizadoras das maiores audiências, são apenas uma parte do festival. Quase mil atividades propostas integram a programação, incluindo cultura popular, teatro, dança, literatura, fotografia, artes visuais, audiovisual, design, moda, gastronomia, patrimônio cultural, patrimônios vivos e apresentações circenses. Um cardápio cheio de opções para todas as preferências de quem busca na arte, seja diversão, seja reflexão, em momentos de pausa do cotidiano e deleite estético.
Entre tantas alternativas, cresce a interação do público na Praça da Palavra, que apenas no primeiro fim de semana traz, entre outras atividades, contações de histórias, lançamentos de livros, debates, circuito de oralidades, espaço para o mercado editorial independente, poesia digital e o resgate da obra de Miró da Muribeca, poeta falecido no ano passado. A literatura aparece com destaque cada vez maior no FIG, traduzindo a demanda por espaços de encontros, divulgação e intercâmbio para escritoras e escritores, as editoras e os diversos profissionais dedicados à feitura de um livro.
A cidade de Garanhuns recebe milhares de pessoas nesse período, agregando ainda mais turistas à alta estação turística. A dinamização dos serviços ligados aos eventos proporciona ganhos para a população, além de impulsionar o fazer artístico da região e do estado. O Festival de Inverno se consolida como essencial para Pernambuco, e merece a diversificação empreendida. Uma apoteose cultural com experiências inesquecíveis para o público, e para os artistas.
Pernambuco em apoteose cultural
Programação do Festival de Inverno de Garanhuns tem grandes atrações musicais e abre espaço para diversas manifestações artísticas