A criação de um escritório de emergência do governo do Estado, para dar apoio aos municípios afetados pelas chuvas na região da Mata Sul, é uma providência administrativa importante. Configura atenção permanente e próxima dos gestores públicos, em articulação com as prefeituras, visando atuação mais integrada e célere durante a situação de calamidade que aflige a população dessas cidades. A localização do escritório fica em Catende, um dos municípios atingidos, de onde a Defesa Civil estadual e outros agentes governamentais estarão centralizados para apoiar as demais cidades – já são 15 as que foram declaradas em situação emergencial, com desabrigados e desalojados, além de estragos estruturais.
A governadora Raquel Lyra anunciou ações emergenciais inescapáveis, que vão da distribuição de água mineral e colchões até a desobstrução de vias, além de duplicar o valor dos recursos para amparar os municípios. Junto com parte da equipe de governo, Raquel Lyra recebeu dois ministros no Palácio do Campo das Princesas, Wellington Dias, de Desenvolvimento Social, e Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional. O encontro foi um bom sinal de sinergia com o governo federal, em favor do interesse coletivo, tendo como foco a preocupação com as consequências das chuvas e para as demandas urgentes dos cidadãos.
O que se espera é que esse momento de diálogo produtivo não tarde a se traduzir em obras – literalmente. Há muitos anos se espera a conclusão de barragens projetadas para encerrar a agonia das chuvas e alagamentos na Mata Sul. Quando deputada, a atual vice-governadora, Priscila Krause, cobrou por mais de uma vez ao governo do Estado a realização da promessa das barragens, que foi sendo renovada com o passar dos anos. Somente uma de cinco prometidas em 2010 para proteger os moradores da região, após uma cheia que deixou muito sofrimento, foi efetivamente construída. Doze anos com o PSB no poder não foram suficientes para cumprir o prometido. Resta à governadora Raquel Lyra a missão de retomar os projetos, buscar sua viabilidade, conversar com o governo federal e atualizar a população sobre o cronograma das barragens de Panelas II (Cupira) Igarapeba (São Benedito do Sul), Gatos (Lagoa dos Gatos) e a de Barra de Guabiraba.
A parceria com o governo federal precisa ser mantida, para que não faltem recursos para tocar o que não saiu do papel. O novo governo estadual pode se debruçar sobre o que foi feito e o que não foi, no governo anterior, bem como acerca da qualidade dos gastos. Mas o que importa para o povo, daqui para frente, é a previsão e o compromisso para a mudança. Sem as barragens, a rotina anual de decretação de emergência vai continuar – e não é isso que os governantes de todos os níveis desejam, se o interesse público permanecer em primeiro lugar.
A proteção das barragens: uma promessa represada
Expectativa é de que os projetos aconteçam e as obras paradas sejam retomadas e aceleradas, depois de muitos anos de atraso