A conquista de um financiamento de valor bilionário para obras de habitação, saneamento, saúde e segurança foi anunciada pelo governo estadual como importante acréscimo à capacidade de investimentos do estado. A captação de R$ 1,7 bilhão da Caixa Econômica Federal representa, de fato, importante passo para o cumprimento de demandas do povo pernambucano. Mas além do aporte de recursos, a negociação implica na consolidação de uma relação institucional saudável entre as esferas de governo federal e estadual, formada desde o início entre o presidente Lula e a governadora Raquel Lyra. Algo que deveria ser a regra, mas não tem sido o mais comum nos últimos anos, na conexão necessária entre os palácios do Planalto e do Campo das Princesas.
Em entrevista à Rádio Jornal, ontem, o secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional do estado, Fabrício Marques, adiantou o uso do dinheiro: servirá prioritariamente para obras estruturais de abastecimento de água e saneamento nos centros urbanos, requalificação da rede de saúde hospitalar e das maternidades, e em habitação, no âmbito do programa Morar Bem, a fim de reduzir o gigantesco déficit de 300 mil moradias deixado pelas gestões anteriores. São necessidades que vêm se ampliando ao longo do tempo, trazendo problemas que a população conhece bem, seja nas torneiras secas, nos hospitais lotados e caindo aos pedaços, ou moradia precária em locais de risco, por falta de opção de habitação digna.
O ato de assinatura do contrato de empréstimo contou com as presenças do presidente da República e da governadora, em Brasília, acompanhados de boa parte da bancada federal pernambucana. Um acontecimento merecedor do melhor acolhimento político, repita-se, pela prevalência de uma relação de alto nível entre os governantes, demonstrando mais atenção no interesse dos cidadãos do que em outros assuntos – que muitas vezes retardam o que é preciso ser feito em prol do bem comum. Lula e Raquel se destacam, assim, pela civilidade com que põem a política e a disponibilidade financeira da União e do estado a serviço da população pernambucana.
Programas que estão paralisados por falta de recursos poderão ser reativados, como de ampliação do saneamento no Agreste e na Região Metropolitana do Recife. Também há perspectiva de investimentos na PE-60 e na duplicação da BR-232 até Serra Talhada, no Sertão. O empréstimo com a Caixa também será utilizado na segurança pública, para compra de equipamentos e frota, e também em tecnologia e inteligência policial. O leque de uso desse montante é amplo, e certamente não falta onde aplicar, em decorrência da situação muito abaixo da ideal em diversos setores dos serviços públicos no estado. O financiamento chega em boa hora, ainda no início do mandato do novo governo, e gera a expectativa de transformação nas áreas em que for destinado.
Não é somente R$ 1,7 bilhão
Empréstimo de Pernambuco junto ao governo federal devolve às relações institucionais o foco no interesse coletivo