INSEGURANÇA

O desafio do combate à violência

Crimes em pontos diferentes da capital pernambucana circulam nas redes sociais e lançam medo à população

JC
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Publicado em 18/07/2023 às 0:00

Um duplo homicídio em Boa Viagem, e outro na Madalena, fizeram os recifenses elevarem o temor diante da insegurança, ontem. E dão o tom do tamanho do desafio da atual gestão de combater a violência explicitada nas ruas e, em muitos casos, como ontem, em plena luz do dia. O ex-policial militar que era alvo da ação dos bandidos foi morto, e uma mulher que passava pelo local, também, vítima de bala perdida, em Boa Viagem. Câmeras externas flagraram o crime, proporcionado por dois fuzis, em uma cena rápida e bárbara que circulou nas redes sociais. Os criminosos estavam preparados para a exposição da barbárie: fizeram tudo encapuzados, com cada movimento premeditado.
Tipo de atentado, diga-se, de difícil prevenção, cabe agora às autoridades e à inteligência policial buscarem a elucidação e a prisão dos responsáveis. Por outro lado, a vulnerabilidade dos habitantes à violência armada assusta no Recife. 
Dezoito cápsulas de fuzil foram encontradas após a ação em Boa Viagem. Uma das balas atingiu a cabeça da economista que trabalhava perto e andava pela calçada. Na Madalena, um empresário foi assassinado na tentativa de assalto a seu restaurante, que estava fechado no momento da investida. Um policial amigo da vítima, que se achava com ele, teria tentado reagir, ocasionando os disparos pelos assaltantes. De uma maneira geral, os bandidos, repita-se, não se sentem constrangidos a portar e a usar armas de fogo em suas ações, por acreditarem na impunidade.
A situação em Pernambuco continua grave na insegurança pública, apesar da redução anunciada pelo governo do Estado, de 3% na quantidade de mortes violentos em junho, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Os números continuam sendo de guerra civil: apenas no primeiro semestre de 2023, 1.790 mortes violentas foram oficialmente anotadas. De janeiro a junho do ano passado, o total não foi tão diferente, 1.860 homicídios, ou 3,8% a mais. A queda ainda é pequena e o futuro plano de segurança da atual gestão do Palácio do Campo das Princesas, anunciado para até o final deste mês,  reveste-se de expectativa e esperança. 
Os crimes, principalmente como os que ocorreram ontem, exige a  articulação entre diferentes níveis de governo, para a criação de ambientes públicos seguros para a população. As políticas de segurança integradas, entre municípios da Região Metropolitana, por exemplo, e o governo do Estado, têm mais chances de impor derrotas aos  criminosos, deixando a população menos amedrontada.

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