Horizonte aberto para a economia

Termômetro do poder aquisitivo e da capacidade de endividamento da população, bem como da competitividade na atração de viajantes de outros lugares, o setor turístico é crucial para o desenvolvimento econômico. Quando o setor vai bem, é sinal de que a economia pode estar iniciando um novo ciclo de expansão, e se preparando para saltos maiores. Porque há diversos serviços e produtos agregados ao turismo, que se incorporam a outras áreas, ampliando os potenciais efeitos multiplicadores na conjuntura local e regional. Para um país que precisa engatar um crescimento robusto do Produto Interno Bruto (PIB), como o Brasil, ou um estado que tem muito chão para recuperar o protagonismo perdido, como Pernambuco, a melhoria do resultado no turismo deve ser perseguida em conjunto, pela sociedade, pelos segmentos turísticos e pelos governos de todas as esferas.
Novos dados do IBGE divulgados em julho apontam que a receita nominal do setor turístico aumentou mais de 16% em Pernambuco, de janeiro a maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Trata-se da diferença entre a receita arrecada e as despesas efetuadas. Em outro recorte, de abril a maio, o volume de serviços de turismo no estado apresentou o segundo maior crescimento do país, com 5,2%, atrás apenas do Espírito Santo, como o JC registrou na edição de ontem. É um expressivo resultado que anima não somente o setor, mas todo o ambiente de negócios em Pernambuco.
Segundo o secretário estadual de Turismo, Daniel Coelho, as estações propícias do Carnaval e da Semana Santa foram bem aproveitadas para atrair os turistas e movimentar o setor produtivo. A segmentação do potencial turístico em nichos como de aventura e religioso, para o secretário, podem responder por desempenhos ainda melhores. É bom que essa tendência se mantenha, pois a economia pernambucana e os empreendimentos turísticos ainda se ressentem dos prejuízos sofridos durante o período de restrições de circulação e aglomeração, na pandemia de Covid.
Com uma fatia abaixo de 4% do PIB no estado, o turismo tem um horizonte aberto para dar suporte à recuperação da economia, ampliando sua participação e gerando empregos. Em todo o país, no ano passado, a soma das receitas turística foi estimada em R$ 147 bilhões, criando acima de 200 mil postos de trabalho. Em Pernambuco, não faltam destinos para variados segmentos de atividades turísticas, seja atrelada às belezas naturais, seja à pujança cultural de um povo com tradição na acolhida de visitantes nordestinos, nacionais e estrangeiros. Temos quase tudo para esperar a repetição de bons números nos próximos meses e ano. É fundamental que o poder público – o governo federal, o estadual e os municipais – faça sua parte. O investimento no aperfeiçoamento da infraestrutura, assim como no estímulo a novos negócios turísticos, pode mudar a escala do turismo pernambucano e sua colaboração para o desenvolvimento econômico.