Uma das iniciativas mais esperadas do novo governo estadual foi anunciada ontem pela governadora Raquel Lyra. A insegurança e a violência em solo pernambucano chamam a atenção do país há vários anos, sem que a gestão anterior tenha conquistado avanços significativos em quase uma década. Para tirar o estado de uma condição de vulnerabilidade que aflige o cotidiano dos cidadãos, a governadora pretende mesclar ações simples, de comprovada eficácia, como a iluminação pública em redutos de crimes, com a estruturação das polícias, buscando elevar a efetividade do trabalho de prevenção e investigação, a fim de colher resultados positivos melhores do que temos visto até hoje.
O lançamento do programa Juntos Pela Segurança, e o anúncio do concurso para a Polícia Militar, Civil e Corpo de Bombeiros, se deram, ontem, em clima de renovação do otimismo para o enfrentamento de uma das questões mais difíceis para o povo pernambucano. O cotidiano violento não está apenas na guerra do tráfico que provoca tantas mortes e desarruma famílias. Está no medo que mora até nas relações de afeto, na violência doméstica que pode culminar em feminicídios, no mau trato de crianças e idoso, nos furtos e assaltos a qualquer hora do dia em bairros movimentados da Região Metropolitana do Recife. E renovar o otimismo é conferir um crédito de confiança à nova gestão estadual, bem como ao esforço coletivo dos agentes de segurança, que precisam de melhores condições para desempenhar a contento as suas funções.
Entre as mudanças em curso, a alteração da estrutura administrativa deve acompanhar uma perspectiva diferente para tratar de um problema antigo e complexo, como o sistema prisional. Raquel Lyra demonstra ter noção do caos que são as nossas penitenciárias, e promete dar “um passo adiante” para superar o quadro atual, que vem de anos e já causou indignação da Justiça brasileira e de observadores internacionais. Uma parcela do valor de R$ 1 bilhão destinado ao programa deverá ser utilizado na requalificação do sistema prisional, para o atendimento dos direitos básicos dos presos.
Serão empregados R$ 660 milhões em investimentos, e R$ 350 milhões somente para a contratação de pessoal. Os recursos irão passar pela definição prioritária de cinco instrumentos de gestão: o Conselho Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, o Observatório do Crime e da Violência, o Sistema Estadual de Inteligência, o Sistema Estadual de Prevenção à Violência e o Plano Estadual de Segurança e Defesa Social. Cada um deles com atribuições específicas e papeis claros, no intuito de reverter a escalada da violência e criminalidade que faz de Pernambuco um estado refém dos bandidos.
A iluminação de locais que concentram a maior parte dos crimes contra o patrimônio, por sua vez, favorece a criação de ambientes de convivência refratários à desenvoltura dos criminosos. A torcida da população é para que o novo programa seja um marco de eficiência e de virada, trazendo mais tranquilidade para todos os pernambucanos.
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