Polo de formação regional
A Escola de Sargentos do Exército pode representar importante marco de referência no desenvolvimento de Pernambuco
Com inauguração prevista apenas para 2034, daqui a praticamente uma década, a construção da Escola de Sargentos do Exército em Pernambuco pode trazer para o estado um empreendimento militar de grande porte na área de formação de quadros. Um empreendimento disputado por outros estados, não apenas pelo seu porte, mas também pelo fato de configurar um polo atrator muito além das Forças Armadas, com gente de todas as partes do país em torno de suas atividades. Um projeto de caráter essencialmente formativo, que se insere na tradição de educação de excelência que caracteriza a formação militar brasileira, com destaque em diversos campos do conhecimento.
Se implantado em Abreu e Lima, como indicado, o polo formativo terá impactos diretos em pelos menos seis municípios do entorno, atingindo mais de 500 mil habitantes e podendo se transformar em importante vetor de mudança e desenvolvimento na porção oeste da Região Metropolitana do Recife. Um vetor esperado há muitos anos para aquela área, com potencial planejado de dinamização econômica e de atração de investimentos públicos e privados. Sob variados aspectos, a construção da Escola de Sargentos atende ao perfil estratégico para o crescimento daquela região, mas poderia ser localizada, com benefícios inegáveis, em qualquer ponto do território pernambucano.
Dezenas de entidades e instituições das cidades impactadas já aguardam o início das obras para se planejar e colaborar na implantação, que requer uma articulação para a governança do empreendimento e seus desdobramentos. Desde 2020, quando foi dada a partida no processo de escolha do local adequado para o projeto, o Comando Militar do Nordeste vem recebendo apoios institucionais para a construção em Pernambuco. A compreensão de que a Escola de Sargentos tem propósitos e efeitos mais abrangentes do que sua origem militar, impulsionou um movimento amplo de consenso para sua instalação no estado.
A expectativa de geração de quase 30 mil empregos diretos e indiretos na construção do complexo educativo faz com que os esforços reunidos até agora, envolvendo governos, universidades e a iniciativa privada, num projeto sustentável e de grande repercussão social, sejam coroados com a sua viabilização. Que depende de ações de contrapartida do governo de Pernambuco, num horizonte de conquistas duradouras e consistentes para a população. No prisma da mudança de governo, de uma gestão para outra, é natural que os acordos sejam revistos e reavaliados. Porém é importante que se mantenha o foco nos benefícios coletivos de um empreendimento que já mobilizou tantas iniciativas, e o interesse de várias entidades, pela dimensão de futuro que descortina.
Abrigar uma escola de relevância nacional, não somente para o Exército, pode significar a consolidação da vocação pernambucana para a formação de conhecimento, expandindo essa vocação para uma região que demanda há muitos anos investimentos para o seu desenvolvimento. O projeto da Escola de Sargentos deve ser visto como uma oportunidade, em um estado onde as oportunidades têm sido escassas para a maioria da população.