VACINAÇÃO

Doses de responsabilidade e bom senso

População pernambucana é chamada para atualizar a imunização e impedir que crianças e adolescentes corram riscos de graves enfermidades

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JC

Publicado em 07/10/2023 às 0:00
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Quase 3 mil pontos de vacinação em todo o estado recebem, a partir de hoje, os pernambucanos de até 15 anos de idade, em nova campanha para proteger mais de 2,6 milhões de crianças e adolescentes contra doenças que podem ser evitadas, com doses de responsabilidade e bom senso. A baixa cobertura de vacinas tem sido um desafio para os gestores públicos no Brasil, sobretudo após a pandemia – mas o índice de imunizações já vinha caindo antes da chegada do coronavírus, sendo observada desde 2012, ganhando mais relevância a partir de 2016. Com a Covid, o problema se agravou, graças à disseminação de mentiras sobre a eficácia e efeitos colaterais das substâncias que servem, na verdade, para fortalecer o sistema imunológico.
A campanha nacional de multivacinação começa neste sábado. O apelo para os pais e responsáveis é que levem os menores de 15 anos para se vacinar, a fim de evitar a volta de doenças como a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil. A vacinação contra a pólio é uma das que estão aquém do ideal em Pernambuco. Duas milhões de doses de vacinas já foram distribuídas aos municípios, para que realizem as aplicações. Como no restante do país, quase todas as vacinas do calendário infantil estão abaixo da meta de 95% de cobertura para bebês menores de 1 ano, por exemplo, no estado. A exceção que deveria se mostrar como regra é a proteção da BCG contra tuberculose.
Sem receber as doses devidas, crianças e adolescentes se expõem a enfermidades que podem suscitar complicações, levando ao internamento e à sobrecarga do sistema de saúde, aumentando a demanda de atendimento nos postos e nos hospitais. Além disso, a falta de imunização, como no caso da Covid, pode representar a abertura de oportunidade para um agente infeccioso capaz de causar a morte de alguém querido. Nesse sentido, não cumprir a responsabilidade de levar as crianças para se vacinarem é um abandono do bom senso, que pode matar. As vacinas são seguras, vêm sendo utilizadas há décadas por gerações de brasileiros, e garantem a proteção básica para uma vida saudável.
A campanha objetiva reforçar a conscientização dos adultos, para conseguir elevar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes. Mesmo com o aproveitamento das escolas da rede pública para a aplicação de doses, uma vez por mês, a imunização ainda precisa ser feita em milhões de pernambucanos dessa faixa etária. Para evitar o sofrimento e até a morte que podem ser prevenidos com a vacinação, a mensagem do risco de não se fazer o que é certo deve ser realçada. É o que vem tentando enfatizar a Organização Mundial de Saúde (OMS), ao informar que mais de 20 milhões de crianças no planeta deixaram de tomar ao menos uma dose de vacina de rotina no ano passado. Como o déficit vem se repetindo, alguns surtos estão crescendo, como o de sarampo. No Brasil, a tradição em campanhas de vacinação há de ser renovada, com o engajamento da população pelo bem da saúde coletiva.

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