A responsabilidade de Raquel e João
Governadora e prefeito da capital, Raquel Lyra e João Campos despontam como lideranças que compartilham o discurso da mudança para a maioria da população
Ela com 45 anos, ele, com apenas 30. Dois políticos com mandatos no Executivo, de frente para o futuro de um país que enfrenta a escassez de líderes e a necessidade de renovação para superar gargalos históricos, como a imensa desigualdade nacional, que também afeta o estado de Pernambuco e a cidade do Recife. Em momentos diferentes do primeiro mandato de cada um, Raquel Lyra e João Campos encerram 2023 com balanços de governos em posições distintas. Mas mesmo em estágios quase opostos – a governadora no fim do primeiro ano, o prefeito, encarando o último do primeiro mandato em 2024 – ambos buscam traduzir a renovação que representam em mudanças reais para a população.
Figuras emergentes no cenário político brasileiro, com grande responsabilidade sobre o presente e o destino dos pernambucanos, Raquel Lyra e João Campos compartilham o desafio de sair do discurso repetitivo e mostrar resultados, ainda no primeiro mandato, que pavimentem a recuperação da qualidade de vida no estado e no Recife. Na expectativa de que se mantenham distantes do ranço de oponentes que se acostumam a acusar um ao outro, esquecendo o objetivo de seu trabalho na direção da coletividade, a governadora e o prefeito têm a chance de fazer melhor do que aqueles que os antecederam, estabelecendo diálogos e parcerias em prol do bem comum.
A relação respeitosa e produtiva com o governo federal pode ser impulsionadora de uma fase sem precedentes na recuperação econômica e social de Pernambuco. Desde que as disputas eleitorais não atrapalhem, azedando o que os une e os afastando do que importa – o esforço institucional para a superação da situação de ignomínia da maioria do povo pernambucano, que se depara com a miséria e a pobreza, em muitos casos, do nascimento ao fim da vida, sem que o poder público tenha sido capaz de fazer alguma diferença. Não foi outra a esperança dos que neles votaram, esperando de cada um a contribuição importante para a transformação do quadro deprimente em que nos encontramos, há tantos anos.
Em entrevistas de final de ano para a Rádio Jornal, os dois jovens gestores mostraram ânimo e disposição para as perspectivas de seus governos. Primeira mulher eleita governadora em Pernambuco, ao lado da vice, Priscila Krause, Raquel Lyra promete acelerar, depois de “arrumar a casa”, alcançando velocidade de escape e aumentando a escala dos resultados que poderão ser percebidos pela população. Por sua vez, representante de um partido que se manteve no poder no Campo das Princesas por 16 anos, João Campos dá sinais de que pretende encerrar o primeiro mandato como prefeito do Recife espalhando obras e conquistas para quem mais precisa do serviço público, sem se ater aos parques e calçadas de bairros nobres. Será um ganho para a cidade, e para o jovem prefeito.
O ideal é que ambos continuem se aprimorando como gestores, e não se esqueçam que a vocação pública demanda, sempre, o olhar para os marginalizados, e o empenho contínuo pela participação de todos os colaboradores possíveis na construção dos consensos que trazem as melhores e mais duradouras entregas.