ENERGIA

Fontes renováveis em ascensão

Atração de R$ 5,7 milhões em investimentos coloca Pernambuco em sintonia com o crescimento da energia limpa produzida no Nordeste

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JC

Publicado em 29/12/2023 às 0:00
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Para um país crescer e se desenvolver, os padrões de consumo de energia aumentam, na medida em que parcelas excluídas da população vão se incorporando ao desenvolvimento. Se o Brasil pretende retirar milhões de pessoas da miséria, da fome e da pobreza nos próximos anos, será preciso contar com um estoque de energia para tanto. Acrescente-se a esse cenário otimista uma perspectiva realista: as mudanças climáticas podem ter vindo para ficar, gerando ondas de calor e outros fenômenos extremos, que ampliam a necessidade de gasto energético. No horizonte aberto por tal combinação, e por outros fatores relacionados à recuperação econômica, o que se prevê é uma maior demanda por energia na vida dos mais de 200 milhões de brasileiros.
O recorde no consumo de energia elétrica nacional em outubro, de quase 46 mil GWh, foi apenas uma mostra do que se apresenta como o início de uma nova fase climática na Terra. A repetição de ondas de calor já pede a adequação de estruturas para a minimização dos riscos, tanto ao ar livre quanto em ambientes fechados – como no check-in do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde uma falha no ar condicionado deixou centenas de passageiros nas filas passando mal, esta semana. Do lado de fora, o poder público terá que providenciar ilhas de amenização do calor, com a distribuição de água e até a construção de locais refrigerados para a população. O que já acontece em algumas cidades, aqui e ao redor do mundo. Mas isso também depende da disponibilidade de energia.
As fontes renováveis já fazem parte da matriz brasileira, e a maior produção (83%) se dá no Nordeste, através do aproveitamento da potência da luz solar e dos ventos. As eólicas chegaram a produzir mais de um quarto de toda a energia consumida no Brasil, em julho. Os investimentos no setor vêm dando saltos, e mantendo a tendência de alta, o que representa, além da energia a mais, a escolha na direção certa do desenvolvimento sustentável, distante das fontes fósseis que poluem a atmosfera e elevam a temperatura média global, causando as mudanças climáticas.
Nesse quadro, é bom ver que Pernambuco concedeu R$ 5,7 milhões em financiamento para projetos de energia renovável em 2023. O valor, certamente, é uma fração do que ainda pode ser oferecido, diante do mercado que se abre para os próximos anos. Há um montante de R$ 300 milhões aplicados em 15 novas usinas fotovoltaicas na região, com previsão de conclusão no ano que vem. Estudo recentemente apresentado num fórum no Rio Grande do Norte aponta que, até 2038 – em 15 anos – poderão ser criados mais de 1 milhão de postos de trabalho no país, somente na produção de energia eólica. Como a força dos ventos é explorada sobretudo no Nordeste, nota-se a importância da energia renovável para a economia da região – e portanto, também para os pernambucanos.

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