NORDESTE

Investimentos científicos na região

Iniciativas de grande porte em formação e tecnologia trazem a expectativa de projetos que podem resultar no início da superação de desigualdades regionais

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JC

Publicado em 06/01/2024 às 0:00
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Fortaleza recebe uma unidade do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), um dos mais reconhecidos centros formadores do país. Salvador ganha uma fábrica de chips na base aérea. Em Abreu e Lima, em Pernambuco, a Escola de Sargentos promete um salto no desenvolvimento do município e de cidades vizinhas, conferindo novo dinamismo àquela porção do estado, atraindo habitantes e serviços, e gerando negócios e relações a partir do empreendimento, dentro de todos os requisitos da legislação ambiental, e ainda criando polos que funcionam como catalizadores sociais. O conjunto de iniciativas parte das Forças Armadas, em estratégia que parece delineada pelo governo federal, para a redução das desigualdes regionais que preenchem o Brasil, e pressionam para baixo, há muitos anos, a qualidade de vida dos nordestinos.
Em matéria publicada na edição do JC na sexta-feira, Jamildo Melo recordou pronunciamentos do ministro da Defesa, José Múcio, na direção da viabilização dessa estratégia. “Estamos invertendo o fluxo de oportunidades dos futuros cientistas que nascerão aqui”, afirmou José Múcio. “Eles não precisarão sonhar em ir para o Sul, poderão ficar no Ceará”, falou, em relação ao ITA naquele estado. “O Ceará e os nordestinos vão colher este fruto”, prevê o ministro. E os frutos do investimento em ciência e tecnologia são conhecidos por agregarem desenvolvimento aos locais em que estão inseridos, a exemplo de São José dos Campos, que abriga o ITA em São Paulo.
No Instituto cearense, a intenção da Aeronáutica é oferecer cursos diferentes, além dos que são disponíveis em São José dos Campos. Uma das possibilidades é a formação em energia, aproveitando a demanda de empreendimentos no setor, no Ceará e em todo o Nordeste, como o aprimoramento em energia eólica e hidrogênio verde. Assim, essas especializações ficam mais perto das áreas em que são aplicadas, sem a necessidade de deslocamento para centros de especialização em outras regiões. Um ganho e tanto para os nordestinos, tanto na perspectiva da educação, quanto das repercussões de largo alcance desses investimentos.
O Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), único fabricante de microchips no Brasil, na base aérea de Salvador, é mais um exemplo do foco do governo federal para o Nordeste. O empreendimento é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e representa importante diferencial para a tecnologia de ponta na Bahia e no Nordeste, em um mercado dominado atualmente pela China e pelos Estados Unidos.
Prevista para receber 10 mil pessoas, de alunos e professores a colaboradores e familiares, a Escola de Sargentos em Pernambuco poderá trazer ao estado, somente em folha salarial, o aporte de R$ 200 milhões. A comparação do ministro José Múcio é que o projeto pode ser comparado à Academia Militar das Agulhas Negras, em Rezende, no Rio de Janeiro, com impactos sociais e econômicos semelhantes. Com a descentralização prevista em projetos de grande porte, como os mencionados, o desenvolvimento brasileiro pode, finalmente, dar passos preciosos para a superação das desigualdades.

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