Economia em plena folia
Dinamização gerada pelas festas de Momo promove a circulação de renda, amplia os negócios de ocasião e fortalece o empreendedorismo local
Dos grandes hotéis às pequenas pousadas, dos restaurantes ao comércio ambulante de bebidas e lanches, a movimentação econômica é intensificada nas semanas que antecedem e durante os dias oficiais de Carnaval. O turismo em alta estação puxa o crescimento dos serviços relacionados às atividades turísticas, e vários potenciais das economias locais se manifestam com mais vigor, por causa da folia. Entre esses potenciais, a confecção e ajuste de roupas, fantasias e acessórios, além de produtos de beleza e proteção à saúde, como chapéus e óculos de sol, ajudam a conferir ao período carnavalesco o caráter de oportunidade para o empreendedorismo, com a geração de postos temporários de trabalho e ampliação da distribuição de renda em todo o Brasil. Especialmente nos polos tradicionais da festa, como Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o país deve movimentar cerca de R$ 9 bilhões no Carnaval deste ano, cifra 10% maior do que em 2023. A celebração coletiva propicia injeção de recursos na economia criativa, notadamente na produção de apresentações musicais e desfiles de agremiações carnavalescas. Os foliões também gostam de se produzir para as festas, seja individualmente, ou em grupos de amigos e familiares. O que já foi um diferencial de Olinda e Recife, atualmente se vê em quase todo o país, com blocos, grupos e pessoas isoladas transformados da cabeça aos pés para a brincadeira.
Segundo a Prefeitura do Recife, somente aqui, a movimentação econômica deve girar em torno de R$ 2,4 bilhões – valor expressivo em comparação com a previsão da CNC para o país inteiro. O ambiente de negócios se apresenta favorável para a maioria dos entrevistados em pesquisa da Fecomércio-PE, segundo a qual 75% dos empresários esperam faturar mais do que no ano passado. O otimismo é um bom sinal, não apenas para essa época do ano, mas para estimular investimentos depois da quarta-feira de Cinzas.
Para que as expectativas dos foliões, dos turistas e dos que desejam faturar com a festa se realizem, o papel do poder público é cumprir com as suas obrigações: manter a ordem, a limpeza, a iluminação, a coleta de lixo, o fornecimento de água – e sobretudo, a segurança. Neste quesito fundamental, o uso da tecnologia de ponta é necessário, junto com a disponibilidade de um maior efetivo policial para garantir a tranquilidade das massas que dançam no ritmo da alegria. Em tempos de mudanças climáticas, equipes da defesa civil também devem estar de prontidão, pois em várias partes do Brasil a previsão de chuvas está na agenda de Momo.
A economia aproveita a folia para fazer do Carnaval um momento de congregação que impulsiona as pessoas para disposições que se estendem além da festa. Quando o Carnaval é bom, a economia pode lançar bons frutos para o ano inteiro.