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Trump em alta

Liberado pela Suprema Corte e ungido nas primárias, Donald Trump se consolida para disputar as eleições que podem mudar os rumos dos EUA e do mundo

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JC

Publicado em 07/03/2024 às 0:00
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A única pré-candidata à presidência pelo Partido Republicano, Nikki Haley saiu do páreo depois dos resultados das primárias na última terça-feira, quando perdeu em 14 dos 15 estados em disputa. Ao desistir de concorrer contra Donald Trump, a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU e ex-governadora da Carolina do Sul, no entanto, não declarou apoio a Trump, afirmando que ele terá que buscar os votos conservadores que estavam com ela. A convenção republicana está marcada para o mês de julho, e as eleições presidenciais que marcarão uma revanche do magnata contra Joe Biden, para o dia 5 de novembro.
Depois do revés eleitoral para Biden e da ameaça jurídica a não participar da corrida à Casa Branca este ano, sobretudo pela acusação de insurreição e incitação à invasão do Capitólio, quando ainda era presidente, em evento que inspirou bolsonaristas a atacarem os Três Poderes, em Brasília, Donald Trump dá a volta por cima, com a base estruturada entre os delegados partidários. E ainda saiu na frente do democrata, nas primeiras pesquisas de intenção de voto. Nos próximos meses, a definição do vice ou da vice movimento os bastidores republicanos, com apostas de que venha a ser um negro ou uma mulher, com o objetivo de avançar sobre o terreno eleitoral dos democratas, e não perder espaço entre os conservadores menos extremistas, que desejavam Haley candidata, por exemplo.
A campanha pelo segundo mandato vem sendo mais intensa ainda do que a primeira, com Trump fazendo promessas que podem mudar a vida não apenas dos norte-americanos, mas de outras partes do planeta – tanto de forma direta, em consequência de seus atos, quanto indireta, pela influência que mantem na política global, agregando líderes e eleitores da extrema direita em vários países, como no Brasil, entre os apoiadores de Jair Bolsonaro. Entre as promessas, estão a maior campanha de deportação da história dos EUA, e a anulação dos passaportes dos “simpatizantes do Hamas”, como chamou, garantindo a expulsão desses simpatizantes das universidades e do país. Também tem feito promessas nas áreas de justiça, educação e saúde, combatendo bandeiras democratas que ganharam dimensão no governo Barack Obama. Ainda atacou o partido oponente e o atual presidente, chamando Joe Biden de “presidente mais corrupto da história”. Em relação ao meio ambiente, já deixou claro que vai reverter as políticas de redução de emissão de gases, retirando o incentivo ao carro elétrico e investindo na produção de petróleo e derivados. E ainda pretende fortalecer a indústria de armamentos, estimulando a produção e a comercialização para a população.
Além das repercussões simbólicas e políticas de um eventual segundo mandato de Trump na Casa Branca, uma das preocupações centrais diz respeito à realidade dos imigrantes. Se em 2023 se registrou o recorde de 8.500 mortos na tentativa de cruzar fronteiras ao redor do mundo, a perspectiva é sombria diante da implantação de medidas antimigratórias radicais nos EUA, ampliando a intolerância em outros países.

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