Marco de responsabilidade
Certificação para sustentabilidade socioambiental é um avanço na prática de gestão das empresas em Pernambuco
Vai longe a época em que os temas da pauta ambiental e da responsabilidade social eram distantes da realidade praticada nas empresas, ou das demandas do ambiente econômico. Na última terça, o debate da Super Manhã da Rádio Jornal reuniu representantes do setor público e do setor privado, para falarem sobre o Selo Verde instituído pelo governo de Pernambuco. Participaram da conversa a secretária estadual executiva de Sustentabilidade, Carla Godoy, o coordenador do Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas, Hugo Mariz, e Thayara Pascoal, gerente de Sustentabilidade do Grupo JCPM, sob a mediação de Natália Ribeiro.
A certificação é feita pela Jucepe, e as inscrições foram prorrogadas até o próximo dia 15. Empresas pernambucanas de qualquer porte podem receber o Selo Verde. No regulamento, a introdução à iniciativa destaca a importância do desenvolvimento sustentável: “A implementação de modelos de desenvolvimento econômico pautados na sustentabilidade adiciona uma camada de responsabilidade socioambiental no mercado. A adoção de práticas de gestão ambiental e a descarbonização dos processos produtivos, por exemplo, são medidas que reduzem a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e aumentam a capacidade de adaptação da sociedade”.
O que se propõe através da certificação é a garantia, para o cidadão, da adoção de práticas, medidas e procedimentos socioambientais pela empresa certificada. Do ponto de vista do consumidor, produtos e serviços que causam baixo impacto ambiental são apresentados como preferenciais, tanto para o indivíduo quanto para sua localidade e todo o planeta, ainda mais se levados em conta os efeitos das mudanças climáticas. Para Thayara Pascoal, do Grupo JCPM, as atividades buscam sempre a harmonia “com as comunidades do entorno e também com o meio ambiente. Esse cuidado está no propósito do Grupo. A gente entende também os diferenciais competitivos desse tipo de atuação”, ressalta, em sintonia com as exigências de padrões de gestão cada vez mais guiados por parâmetros sustentáveis.
Para Hugo Mariz, “não se pode mais falar somente da questão do meio ambiente desligado da questão social. Isso é uma aplicação consciente do conceito de Selo Verde e que causa impacto na vida de todo mundo”. De fato, a relação é essencial, e de mão dupla: a questão social não pode ser desvinculada do modo de enxergar, cuidar e valorizar o meio ambiente. O desenvolvimento sustentável requer mais inclusão social, assim como o desenvolvimento social pede ações e comportamentos ligados à sustentabilidade.
A avaliação do Selo Empresa Verde – criado em 2017 em Pernambuco – está a cargo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, da Agência Estadual de Meio Ambiente, da Junta Comercial (Jucepe) e da Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo. A certificação vale por dois anos, período após o qual deverá ser revalidada. O governo estadual não agregou ao processo a necessidade da validação por Organismos de Certificação Credenciados (OCC) para a análise, por exemplo, dos sistemas de gestão ambiental baseados na norma internacional ISO 14001. De toda forma, o selo constitui um avanço na prática das empresas pernambucanas, e deve ser incentivado.