Menos mortes, mais esperança
Graças ao trabalho de planejamento e inteligência, redução de mortes violentas em maio traz expectativa de mais segurança em Pernambuco

Desafio problemático há vários anos no estado, o número de mortes violentas caiu no mês de maio, depois de repetidos aumentos que ameaçavam a credibilidade do programa Juntos Pela Segurança, implementado pela governadora Raquel Lyra. Apesar da melhora, a violência continua alta, requisitando a persistência do planejamento e das ações que possibilitaram resultados positivos no mês passado, a fim de que se consiga vislumbrar, senão o cumprimento, ao menos a aproximação das metas definidas pelo governo estadual. Com menos mortes no retrovisor, a esperança se abre no caminho adiante.
A queda de cerca de 11% em relação ao mesmo mês de 2023 – de 301 para 266 mortes – representa um avanço objetivo na política de segurança pública, muito cobrada pelos pernambucanos. A sensação de vulnerabilidade da população é maior quando as estatísticas exibem o descontrole diante da criminalidade. Com indicadores retrocedendo, a confiança pode ser reacesa, e o próprio governo dispõe de razões para continuar realizando o que é planejado para coibir os crimes e diminuir ainda mais os óbitos em decorrência deles. Porém o passo está só começando: de janeiro a maio, foram registradas em Pernambuco 1.577 assassinatos, 3,4% acima do mesmo período no ano passado. Ainda há muito a se fazer, mantendo o rumo da promissora resposta em maio. O déficit de segurança deixado pelas gestões anteriores persistiu em 2023, com o estado como o segundo maior índice de assassinatos por 100 mil habitantes do país: quase 39 por 100 mil, enquanto a média nacional foi praticamente a metade, de 19 por 100 mil habitantes. Somente o Amapá ficou acima, com 45 mortes por 100 mil. E ainda: em números absolutos, o número de mortes violentas em Pernambuco superou o de São Paulo, muito mais populoso – 3.518 aqui, 2.977 lá, que exibiu uma taxa bem menor, de menos de 7 mortes violentas para cada 100 mil pessoas. Em relação ao último ano do governo anterior, de Paulo Câmara, o primeiro ano de Raquel Lyra no Campo das Princesas viu um crescimento de 5,5% nos crimes violentos.
O Juntos Pela Segurança vai completar apenas o primeiro ano de lançado, contudo, em julho próximo. Os dados de maio são animadores para os gestores da área, e permitem à população pernambucana nutrir melhores expectativas quanto ao desempenho do programa no controle da violência, daqui por diante. Para atingir a meta de redução em 30% dos homicídios, da violência contra as mulheres, dos crimes contra o patrimônio e do roubo e furto de veículos, até 2026 – uma meta ousada, em pouco prazo – será necessário ir além da celebração do momento. Os fatores apontados pela governadora como cruciais para os bons números, como inteligência policial, investimento em equipamentos e nas operações de repressão qualificada, devem ser fortalecidos e aprimorados, como um trabalho que se desdobra em efeitos, digno do esforço empreendido.