PERNAMBUCO

Produção industrial em alta

Com o segundo maior crescimento do país, indústria pernambucana esboça tendência de recuperação, animando importante setor da economia

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JC

Publicado em 15/06/2024 às 0:00
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O desempenho da indústria registrado em Pernambuco no mês de abril é marcante para um estado que corre atrás da competitividade perdida e da recuperação econômica que represente o início de novo ciclo de crescimento. Cansada de tantos indicadores negativos nos últimos anos, sobretudo sociais, mas também na economia, a população resgata um pouco de confiança, enquanto os setores produtivos ganham ânimo para ampliar e aperfeiçoar seus negócios, tendo um horizonte melhor para mirar.
Enquanto as médias nacional e regional foram negativas, de -0,5% e -0,1% respectivamente, a indústria pernambucana apresentou, no quarto mês de 2024, uma alta de 12,2%, puxada, entre outros fatores, pelo setor automotivo que tem polo de produção no estado. Perdeu apenas para o Paraná, que teve alta de 12,8%. Os números são oficiais, tendo sido divulgados pelo IBGE. Em relação a abril do ano passado, o crescimento também foi destaque, com o terceiro melhor desempenho do Brasil, em alta de 13,2%, atrás apenas do Rio Grande do Norte (25,6%) e de Santa Catarina (16%). O resultado do mês foi muito bom, mas significa, na verdade, uma recuperação necessária: no acumulado do ano, Pernambuco continua atrás da média nacional, na produção industrial, que cresceu 3,5% no período – aqui a alta nos quatro primeiros meses foi de 3,1%.
A comparação com o Nordeste é melhor, já que o crescimento industrial médio regional é praticamente nulo, de 0,6% no acumulado no ano. A economia pernambucana precisa se manter na direção da retomada, crescendo mais que o Nordeste e o país, para firmar um ciclo sustentado de crescimento que melhore a situação social e o ambiente de negócios no estado. De outra parte, o baixo desempenho industrial nordestino não deixa de ser sinal preocupante, uma vez que põe toda a economia regional em patamares reduzidos de comparação, com margens pressionadas de crescimento.
Segundo projeção feita em abril pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Produto Interno Bruto (PIB) industrial pode crescer este ano a uma taxa semelhante ao esperado pelo PIB nacional, entre 2% e 2,5%. O controle da inflação, a queda nos juros, a abertura de postos de trabalho e o acesso maior ao crédito, são elementos que favorecem, desde o fim do ano passado, a expectativas positivas para a indústria brasileira, de acordo com a entidade. No entanto, os impactos ainda em andamento das chuvas e alagamentos no Rio Grande do Sul podem ocasionar um freio nesse processo de recuperação, do ponto de vista nacional, além dos prejuízos à economia gaúcha. A indústria pernambucana em alta pode contribuir para diminuir esses impactos, ao tempo em que eleva a participação do estado no cenário econômico regional e do país.

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