TEMPO INDETERMINADO

Aliado de Bolsonaro, Miguel Coelho mantém medidas de restrição devido ao coronavírus em Petrolina

Prefeito disse que enviou à Assembleia Legislativa um decreto para instaurar a situação de calamidade pública

Carolina Fonsêca
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Carolina Fonsêca
Publicado em 26/03/2020 às 16:22 | Atualizado em 26/03/2020 às 18:28
FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
PAUTAS Petrolinense critica violência, desemprego, abastecimento de água, saneamento e a carga tributária - FOTO: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM

Com informações da Rádio Jornal Petrolina

A Prefeitura de Petrolina vai estender os prazos dos decretos que proibem aglomerações com mais de dez pessoas na cidade, até então estipulados para durar até a próxima terça-feira (31). Em entrevista coletiva transmitida via redes sociais, nesta quinta-feira (26), o prefeito da cidade, Miguel Coelho (MDB), informou o aumento dos prazos e acrescentou que enviou à Assembleia Legislativa um decreto para instaurar a situação de calamidade pública.

Nessa terça-feira (24), em pronunciamento em rede nacional, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que os governadores deveriam “abandonar o conceito de terra arrasada” devido a proibição da abertura estabelecimentos comerciais e escolas adotada nos estados. Bolsonaro também defendeu o isolamento vertical, feito apenas pelo grupo de risco.

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Nesta quinta-feira (26), o presidente publicou um decreto ampliando a lista de atividades e serviços essenciais que devem permanecer funcionando com a situação de emergência na saúde em decorrência do coronavírus, incluindo igrejas e lotéricas. 

As restrições de aglomeração em Petrolina vão ser estendidas em novo decreto que será publicado, renovando a quarentena por período indeterminado. "Não dá para subestimar esse vírus, temos que prezar pela vida. É um cenário muito dinâmico e os casos de doenças respiratórias graves, inclusive, covid-19 estão crescendo em nossa cidade. Sei que isso é um remédio amargo, mas a preservação de vidas está em primeiro lugar", disse Miguel Coelho.

A cidade localizada no Sertão pernambucana registra até o momento dois casos confirmados de coronavírus e quatro de outras síndromes respiratórias agudas graves como Influenza e H1N1. Um dos pacientes com Covid-19 está em estado grave na UTI montada pela Prefeitura de Petrolina e o Hospital Universitário.

Líder do governo no Senado

O líder do governo no Senado Federal, Fernando Bezerra Coelho (MDB) defendeu a manutenção do isolamento dos brasileiros para combater o novo coronavírus, mas defendeu que é preciso considerar os impactos econômicos que isso acarreta no caso da extensão da medida a longo prazo.

“Acho que tudo recomenda para que a gente possa sim manter o isolamento social pelas próximas duas, três semanas no sentido de achatarmos a curva dessa epidemia. É recomendável que o isolamento social indicado por governadores e prefeitos possa ser acatado. Mas acho que a fala do presidente [Jair Bolsonaro] vai na direção que todos nós temos que refletir. Qual é o período de isolamento social que a gente pode suportar do ponto de vista das repercussões econômicas?”, disse o senador, durante sessão remota no Senado.

FBC mencionou países como Japão, Rússia e México, que não adotaram o isolamento social, ao argumentar que as medidas adotadas para combater a doença não são uma unanimidade em nível internacional.

“Os desdobramentos de uma recessão aguda, de uma depressão econômica são muito graves do ponto de vista das atividades produtivas, da geração de emprego. Então, não acho que estamos diante de uma matéria simples, de uma escolha simples”, acrescentou.

Ele também ressaltou o papel do Congresso Nacional para que o “equilíbrio das posições” seja alcançado e pediu a união de todos no enfrentamento da pandemia do coronavírus. “O Congresso está presente, está atuando, está debatendo e, sempre que possível, será um ponto de unidade da federação brasileira. Unir a todos: o presidente da República, governadores de estado, prefeitos e sociedade civil. Todos nós temos que estar unidos para que o Brasil possa superar esse momento muito difícil.”

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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