Pernambuco

Técnica de enfermagem que morreu esperando leito em UTI tem diagnóstico positivo para coronavírus

Williane Santos faleceu em Vitória de Santo Antão, após passar mais de 24 horas esperando por um leito em UTI

Douglas Hacknen
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Douglas Hacknen
Publicado em 21/04/2020 às 18:28 | Atualizado em 21/04/2020 às 21:30
ARQUIVO PESSOAL
Williane Maily Lins dos Santos tinha 30 anos, era saudável, nunca fumou, e começou a sentir sintomas de uma laringite há duas semanas - FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Familiares da técnica em enfermagem Williane Maily Lins dos Santos que faleceu, na última sexta-feira (17), no Hospital João Murilo, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata pernambucana, confirmaram que ela estava com o novo coronavírus (covid-19). O laudo médico atestando a causa foi entregue nesta terça-feira (21) Após passar mais de 24 horas esperando por leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Williane que tinha 30 anos e era mãe de uma menina de 6 anos não conseguiu suportar o tempo de espera e veio a óbito. 

>> Sem conseguir UTI, técnica em enfermagem de 30 anos morre com suspeita de covid-19 em Pernambuco

Na manhã da quinta-feira (16), após duas semanas apresentando sintomas, do que suspeitava-se ser laringite, a técnica de enfermagem teve um agravamento em seu quadro clinico e passou mais de 24 horas tentando transferência para um leito de UTI. O leito chegou a aparecer, mas Williane já tinha falecido, após sofrer uma parada cardíaca às 23h45.

A demora da equipe do Hospital em decidir pela entubação da paciente foi duramente criticada pelos familiares e amigos da vítima. "De revoltar. A mãe dela está sem condições de falar. Desde a manhã do dia 17 que estavam atrás de leito e pedindo que a entubassem. Mas só vieram entubá-la quando surgiu a vaga, já na noite em que faleceu. Quando a entubaram ela teve uma parada cardíaca", disse o padrasto de Williane, Abimael francisco, que também é técnico em enfermagem.

Abimael relatou ainda que em ninguém chegou a desconfiar que a causa poderia ser a covid-19 e que achavam que era uma gripe, ou no máximo, uma infecção na garganta. Após duas semanas de tratamento sem que fosse constatada melhora, Williane começou a sentir falta de ar. "A ajuda demorou muito. Era para terem levado ela logo pela manhã para a UTI, assim que chegou ao hospital. Porque se tivessem entubado mais cedo talvez ela não tivesse morrido", disse.

Arquivo Pessoal
Laudo médico atestando motivo do falecimento - FOTO:Arquivo Pessoal

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