O pedido de #FicaEmCasa agora veio de quem entende. O presidente da Academia Pernambucana de Medicina, Hildo Azevedo, endereçou um Manifesto aos Pernambucanos pedindo respeito às medidas de isolamento social e alertando para a gravidade da pandemia da covid-19 no Brasil e no Estado. Outro alerta também veio do Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD): ou ficamos em casa ou vamos dobrar o número de óbitos a cada 10 a 14 dias de agora em diante no Recife, em Pernambuco e no Brasil. A preocupação também coincide com a decisão do Governo do Estado de aumentar a fiscalização na última semana do lockdown, aumentando os pontos de bloqueio de 43 para 50 nos cinco municípios que integram a medida (Recife, Olinda, Jaboatão, Camaragibe e São Lourenço da Mata).
“O momento é de despolitizar a saúde e obedecer ao isolamento social. Sabemos que o confinamento é um remédio amargo e que traz problemas sérios para a economia, mas estamos diante de um vírus diferente dos outros. Esse é perigoso, muito inteligente e está escrevendo a sua própria história. Além disso, ainda não existem medicamentos com evidências confiáveis e a vacina está sendo testada, mas pode chegar por um preço que não possamos comprar”, observa.
No texto do manifesto, o presidente da Academia Pernambucana de Medicina destaca que os números da pandemia estão fora de controle no Estado e que a maneira de controlar a taxa de transmissão acima da média mundial aqui no Brasil é cumprir seriamente o distanciamento social. “Os números indicam que a pandemia ocasionada pela covid-19 estão fora de controle e, na medida em que respeitadas e confiáveis projeções sugerem, prenuncia-se que o nosso sistema de saúde se aproxima celeremente do caos nos seus vários aspectos, e o que é pior projetando um cenário de mortalidade que pode ultrapassar dezenas de milhares de óbitos”, afirma. Ontem Pernambuco registrou 1.026 novos casos de covid-19 e 87 mortes, totalizando 26.786 infectados e 2.144 mortos.
ISOLAMENTO RÍGIDO
Diante da situação, o manifesto convida a todos para tornar mais sério o confinamento social. Portanto, “Torna-se mandatória essa nossa manifestação pública, conclamando autoridades, instituições, entidades e população para que sejam estabelecidas medidas imediatas ainda mais duras de distanciamento social, no momento o mecanismo reconhecidamente mais eficiente para a redução dos danos e empregado pela maior parte dos países dotados de sistemas de saúde responsáveis e eficientes”, diz.
Questionado sobre a desarmonia entre os três Poderes e do conflito de ideias entre o presidente da República e a maioria dos governadores brasileiros, Azevedo defende que esse momento especial exige união. “Dentro dessa tragédia, urge e rogamos que todos nós lutemos para permanecermos unidos, superando divisões e suplantando polarizações, sem deixar de observar os princípios fundamentais que orientam a assistência à saúde, e que nos concentremos na defesa intransigente da ética, da dignidade do ser humano, e em última análise na preservação da vida razão de ser do nosso juramento médico”, conclui o manifesto.
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