Justiça nega recurso de promotor do MPPE que pedia lockdown em Pernambuco; decreto com rigor de isolamento segue

A decisão não afeta o novo decreto anunciado na última segunda-feira (11) pelo governador Paulo Câmara, que prevê rodízio de carros, obrigatoriedade do uso de máscaras e justificativa de quebra no isolamento
JC
Publicado em 13/05/2020 às 12:27
Na decisão, o relator André Oliveira da Silva Guimarães cita o decreto nº 49.017, da última segunda-feira (11), e diz que a nova medida "de certa forma, se harmoniza com os anseios do MP perseguidos na ACP (Ação Civil Pública) originária" Foto: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM


A Justiça negou o agravo de instrumento ingressado pelo promotor do Ministério Público do Estado (MPPE), Solon Filho, para que fosse revista a decisão sobre a implementação de medidas mais severas de isolamento social, o chamado lockdown, no Estado. Solon havia solicitado, na quarta-feira passada (6), uma medida liminar para que a Justiça decretasse a adoção do lockdown pelo governo do Estado e pela Prefeitura do Recife. Na quinta-feira (7), a Justiça negou o pedido do promotor. A decisão não afeta o novo decreto anunciado na última segunda-feira (11) pelo governador Paulo Câmara, que prevê rodízio de carros, obrigatoriedade do uso de máscaras e justificativa de quebra no isolamento. Ou seja, as ações permanecem com validade a partir do dia 16 de maio (sábado).

Na decisão, o relator André Oliveira da Silva Guimarães cita o decreto nº 49.017, da última segunda-feira (11), e diz que a nova medida "de certa forma, se harmoniza com os anseios do MP perseguidos na ACP (Ação Civil Pública) originária". A atitude do promotor do MPPE, em recorrer da decisão, foi contra o que pensa o procurador-geral de Justiça Francisco Dirceu Barros, que, por meio de uma nota, justificou, de acordo com a análise feita pelo gabinete de crise do MPPE, pela inexistência de dados científicos aptos a indicarem a necessidade de lockdown em Pernambuco.

"A posição oficial do Ministério Público de Pernambuco, firmada por seu gabinete de crise, é que, no momento, não há nenhum dado científico demonstrando a necessidade de decretação de lockdown no Estado de Pernambuco. Dados indicam que nos últimos 15 dias o isolamento social passou de 74% para 52,24%, ou seja, houve um relaxamento nos índices de isolamento social, fator que impulsionou um crescimento da propagação do vírus e óbitos. Portanto, o momento é de intensificar os níveis de isolamento social, adotando-se regras mais duras para deter o avanço da pandemia", disse a nota. A ação civil pública do MPPE inicialmente propunha um lockdown de 15 dias, mas que podia ser prorrogado.

Jornal do Commercio

Novas medidas para expansão do isolamento social no Grande Recife

Na última segunda-feira (11), o Governo do Estado resolveu expandir ainda mais as medidas de isolamento social em cinco cidades do Grande Recife, no período de 12 a 31 de maio. Com a decisão, haverá restrição no trânsito de veículos, incluindo rodízio, para tentar conter o avanço dos casos da doença. As medidas, que são válidas para os municípios de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço da Mata, foram anunciadas na manhã desta segunda-feira (11) pelo governador Paulo Câmara (PSB).

As novas medidas tiveram início nesta terça-feira (12), em caráter educativo, que seguirá até a próxima sexta-feira (15). As novas regras incluem a obrigatoriedade do uso de máscaras por todos; rodízio de veículos, com circulação separada para as placas finalizadas em números pares e ímpares, com exceção para os profissionais de saúde, segurança, Defesa Civil e uso oficial; e controle da circulação de pessoas exigindo a apresentação de documento de identificação e justificativa do destino.

Serviços essenciais, como supermercados, farmácias e padarias continuam abrindo normalmente. Para as cidades que não estão entre as cinco, permanecem as medidas dos decretos anteriores. Segundo o governo, 75% dos casos confirmados do novo coronavírus e 68% dos óbitos ocorreram nos cinco municípios incluídos no novo decreto, que somavam, até o último sábado (9), 8.327 casos e 575 mortes. As medidas serão obrigatórias a partir do próximo sábado (16) e seguem até o dia 31 de maio.

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