Forrozeiros, quadrilheiros e outros profissionais do setor de cultura que têm no São João sua principal fonte de renda em junho foram uma das categorias prejudicadas pela chegada do novo coronavírus. A pandemia impediu a realização das festas juninas de maneira tradicional, com muita música e aglomeração - afetando, sobretudo, o sustento dos trabalhadores. Por isso, a prefeitura do Recife preparou a entrega de 815 cestas básicas a esse público, após promover arrecadação de recursos durante os festejos juninos, através da plataforma Quero Impactar.
Os kits estão sendo distribuídos nesta sexta-feira (10), das 9h às 12h e das 14h às 16h, no Sítio da Trindade, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, e devem beneficiar mais de 3 mil pessoas entre os agentes da cadeia artística e seus familiares.
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Foram selecionadas cinco entidades para receber o auxílio: a Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-Serra e Ai!, a Federação de Quadrilhas e Similares do Estado de Pernambuco (Fequajupe), a Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Recife (Liquajur), o Instituto Brincantes do Circo e a Articulação Musical Pernambucana (AMP). As instituições mapearam os profissionais credenciados em maior necessidade para ganhar a cesta.
Um deles foi o músico Antônio de Pádua Souza de Oliveira, de 56 anos. "Estou muito satisfeito de ter recebido essa cesta, que dá essa aceitação aos forrozeiros pequenos. A gente agradece muito, vai ajudar muita gente", falou.
"A gente não esperava esse momento de ter vindo essa doença, mas aceitamos porque realmente temos de aceitar. Não ganhamos dinheiro, mas o mais importante é a nossa saúde”, comentou.
A iniciativa é das secretarias de Cultura, de Turismo, Esportes e Lazer e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.
Ana Paula Vilaça, secretária de Turismo, Esportes e Lazer, explicou que a ideia surgiu para incluir os artistas que não foram contemplados pela programação junina online.
“Esse ano, a prefeitura teve um São João diferente, mais de 400 artistas foram contemplados a partir das lives e das forroviocas. Mas, mesmo assim, muitos não puderam se apresentar, como as quadrilhas, que só elas já são uma aglomeração, com 40 a 50 pessoas. Daí surgiu nossa iniciativa”, contou.
Segundo ela, os kits foram montados com doações feitas através da ferramenta Quero Impactar. “Durante a exibição das lives, no período de São João a São Pedro, as pessoas (físicas) podiam fazer doações na plataforma. Além disso, como a gente tem um grande número de pessoas que precisava contemplar, recebemos também a doação de empresas privadas, como a JBS, que fez uma doação grande à prefeitura.”
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