(Atualizada às 17h)
O primeiro sábado com bares e restaurante abertos em Pernambuco após a liberação do governo para funcionamento, por causa da covid-19, começou com os salões não tão cheios, mas os donos estão otimistas. Acreditam que aos poucos os clientes vão voltar. Quem aproveitou para almoçar fora de casa encontrou, no Recife, muitos estabelecimentos atentos ao cumprimento dos protocolos de retomada dessa atividade econômica. Equipes da Vigilância Sanitária, Procon e Diretoria de Controle Urbano (Dircon), órgãos da Prefeitura do Recife, passaram a semana inspecionando esses locais, a fim de verificar se as regras estabelecidas pelo governo estadual estão sendo seguidas. A fiscalização também foi realizada hoje.
No Restaurante China 48, no bairro do Espinheiro, Zona Norte da capital, o gerente José Carlos dos Santos informou que o número de pedidos ficou abaixo do que o estabelecimento estava acostumado a registrar antes da pandemia. "Até 14h30 tivemos 120 pedidos de almoço. Sem o coronavírus, nossa média ficava entre 150 a 180 pedidos. Sabemos que o retorno das pessoas será lento, ainda tem muita gente com receio de sair de casa", disse José Carlos.
Uma equipe da Dircon esteve no China 48 e constatou que o protocolo estava sendo cumprido, como o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre uma mesa e outra. A arquiteta Manuela Pedrosa, 44 anos, almoçou lá com a família. "Recebemos álcool em gel na entrada, aferiram nossa temperatura, a mesa foi esterelizada na nossa frente, antes de sentarmos. Me sinto completamente segura. Acho que há situações que merecem mais preocupação, como o transporte público, com ônibus e metrôs abarrotados de gente. Nesses locais, sim, as chances de contágio são maiores", ressaltou Manuela.
Na Confraria do Mar, no bairro da Encruzilhada, o salão está com 25 mesas, devido ao distanciamento mínimo exigido (a capacidade é para 65). "Nosso movimento mais forte é à noite. Para o almoço, tivemos metade das mesas ocupadas hoje (sábado). Durante essa semana, caiu a quantidade de pedidos no delivery, mas a abertura para o público compensou essa queda. O melhor dia foi a sexta-feira, com um público razoável, principalmente à noite", explicou o dono, Marcelo Wanderley. Os bares e restaurantes podem funcionar até às 20h, com tolerância de 30 minutos para que os clientes paguem as contas e as portas sejam fechadas.
ZONA SUL
Na Zona Sul, o bar Companhia do Chopp, localizado em Boa Viagem, tem capacidade para atender 250 pessoas. Com a restrição imposta pela pandemia de covid-19, só abriu com permissão para atender 124 clientes. O executivo Joaquim Costa, 53 anos, reuniu-se com alguns amigos para curtir o sábado durante o dia. "Estou achando super seguro, os garçons usando os equipamentos de proteção, quando a gente levanta eles lembram que precisamos estar com máscara, tudo com muito cuidado", afirmou Joaquim.
O administrador Arthur Costa, 31 anos, optour por ir com a família. "Precisamos voltar a ter uma vida social normal, na medida do possível. Os restaurantes e bares estão adotando novas formas de atender, com mesas mais separadas. Fico tranquilo em voltar a frequentar", comentou Arthur. "Nossa expectativa foi atendida. Reabrimos quinta-feira passada e desde esse dia nosso salão está cheio. Focamos na responsabilidade e compromisso com o cliente. Sabemos que ele quer ter uma experiência agradável e segura", destacou o dono da Cia do Chopp, Tony Sousa.
BALANÇO
De quinta-feira até 16h deste sábado, a fiscalização da prefeitura esteve em 181 bares e restaurantes. "A maioria está cumprindo o protocolo. Às vezes há pequenos ajustes que são rapidamente sanados, como a distância correta entre as mesas ou a oferta do álcool para os clientes, que deve ser em gel. O álcool a 70 só é pra ser usado na limpeza das superfícies", informou a gerente geral da Dircon, Cândida Bonfim. Até este domingo, a meta da gestão municipal é ter vistoriado um total de 200 estabelecimentos. "No domingo vamos inspecionar bares e restaurantes do Centro e do Recife Antigo", explicou.
Os proprietários têm relatado às equipes da prefeitura a dificuldade em convencer os clientes a usarem máscaras enquanto tiverem circulando pelo espaço, quando forem, por exemplo, ao banheiro ou pagar a conta. "As pessoas podem ficar sem máscaras enquanto estiverem sentadas, pois vão comer e beber. Mas o uso é obrigatório se forem transitar pelo estabelecimento", destacou Cândida.
Outra dificuldade tem sido o horário de fechamento. "Precisamos controlar a curva da pandemia, que ainda não caiu. A hora para fechar, às 20h, foi discutida junto com a Abrasel. Os donos de bares contam que muitos clientes não estão aceitando. Pedimos que as pessoas se sensibilizem e cumpram essa regra pois se a curva da covid-19 não baixar há o risco de ter que voltar a fechar os estabelecimentos. E não é isso que todos querem, ao contrário, esperamos o quanto antes que tudo volte ao funcionamento normal, sem restrições", afirmou Cândida. Caso a fiscalização constante um restaurante aberto após o horário permitido, ele será interditado.
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