UPE também planeja um bônus

EDUCAÇÃO Ajuda na média do Enem contemplará fera de Pernambuco que dispute curso da instituição no Sisu. Conselho ainda precisa aprovar

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 28/07/2020 às 6:00
ACERVO PESSOAL
DISPOSIÇÃO Eduarda Trajano tenta medicina pela 4ª vez e aprova a ideia da Universidade de Pernambuco - FOTO: ACERVO PESSOAL
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A Universidade de Pernambuco (UPE) planeja conceder um bônus, na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem, aos vestibulandos de Pernambuco que forem concorrer a cursos da instituição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O assunto começou a ser debatido há cerca de dois anos, mas foi interrompido em março, por causa da pandemia de covid-19. A atual gestão do reitor Pedro Falcão pretende submeter a proposta ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Não há ainda data prevista para o assunto entrar na pauta, porém a meta é ter uma definição até o final do ano para que o benefício seja ofertado na primeira edição do Sisu de 2021, cujas inscrições devem ocorrer em março ou abril do próximo ano.

Na última sexta-feira (24), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciou que dará um aumento de 10% na média dos concorrentes apenas do curso de medicina, também no Sisu, do câmpus Recife. Na UPE, a ideia é acrescentar esse mesmo percentual na média do Enem dos feras cujas graduações tiverem grande ocupação por candidatos de fora do Estado. Um estudo está sendo elaborado para aprofundar a discussão. Segundo o pró-reitor de ensino, Ernani Martins, na última edição do Sisu que a UPE participou, em janeiro deste ano, as 1.740 vagas foram disputadas por 30.829 estudantes. Desse total de vagas, 84,77% foram preenchidas por vestibulandos pernambucanos.

ALTA DEMANDA

"Nossa proposta é que somente os cursos com alta demanda de candidatos de fora de Pernambuco tenham bônus. Algumas unidades acadêmicas estão em regiões de Pernambuco que fazem fronteira com outros Estados, como é o caso de Petrolina, no Sertão, que tem alunos da Bahia e do Piauí. Por isso é preciso muito cuidado pois não podemos excluir uns e beneficiar outros", ressalta Ernani Martins.

Ontem, vestibulandos de medicina lançaram uma campanha para que a UPE adote o bônus, com um tuitaço usando a hastag #UPEcomBonus. "A pressão não vai funcionar, mas eles têm todo direito de se manifestar. A proposta precisa ser aprovada pelo conselho", observa Ernani. O CEPE tem 30 membros e é formado pelo reitor, a vice-reitora, os pró-reitores, diretores das unidades e representação estudantil, de docentes e dos técnicos. O bônus será exclusivo para o Sisu.

SELEÇÃO

A UPE seleciona seus alunos por meio de dois processos: o Sisu e o Sistema Seriado de Avaliação (SSA). O Sisu é coordenado pelo Ministério da Educação (MEC) e preenche as vagas com as notas do Enem. No SSA, os candidatos realizam provas em três etapas, ao final de cada série do ensino médio. Metade das vagas vai para o Sisu e metade para o SSA (1.740 para cada processo).

"Está mais no que na hora de as nossas universidades de Pernambuco terem bônus para estudantes do Estado. A UFPE já anunciou, agora esperamos que a UPE também adote. Um aumento de 10% na nota faz uma diferença signicativa na média e aumenta as chances de passar", comenta Eduarda Trajano, 21 anos, fera que tentará aprovação em medicina pela quarta vez. "A UPE é uma instituição de Pernambuco, que usa verbas do Estado. Deve proteger os estudantes daqui. Tem muito vestibulando de fora vindo ocupar as vagas da UPE e da UFPE. Não acho justo", afirma Guilherme Peixoto, 19, há três anos buscando ingressar no curso médico.

Coordenadora do Fórum de Grêmios Estudantis do Recife e aluna do Ginásio Pernambucano, Layla França, 18, também é favorável ao bônus. Mas defende que o benefício seja regionalizado. "Deve levar em conta as características de cada região do Estado", destaca Layla França. A mesma opinião tem o Diretório Central dos Estudantes da UPE (DCE).

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