A Academia Pernambucana de Ciências (APC) divulgou uma nota, assinada pelo presidente da instituição, José Antônio Aleixo da Silva, em que lamenta as mais de 100 mil mortes ocasionadas pelo novo coronavírus no Brasil, ao mesmo tempo em que assume uma postura crítica em relação às atitudes dos governantes diante da pandemia. No material, a instituição chega a dizer que a falta de respeito dos governantes à vida é um "crime contra a humanidade" e pede que o artigo 196 da Constituição Federal, que define a saúde como "direito de todos e dever do Estado", seja seguido.
"É com extremo pesar que a APC vem se solidarizar com as famílias que perderam entes queridos vitimados pela covid-19 e deixar claro seu protesto ao comportamento de governantes que pouco têm feito para combater com efetividade esta pandemia", diz a nota. O país chegou às mais de 100 mil mortes no último sábado (8), em menos de seis meses após o início da pandemia. Com novos casos se alastrando pelo interior, duas a cada três cidades brasileiras já perderam alguém para a covid-19. Ao falar das mortes por covid-19, a APC cita a Guerra do Paraguai, que matou metade desta quantidade em seis anos.
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"Estamos apenas há cinco meses desde a primeira morte pela covid-19 no Brasil, com um Ministério da Saúde passando pelas mãos de três titulares, sendo que permanece há meses com um militar sem experiência na área respondendo pela pasta", completa a nota redigida pela instituição, que também falou sobre a volta "ao normal" enquanto a pandemia segue matando diversas pessoas.
"(A APC) Vem ao público exigir dos governantes mais respeito à vida, alertando que, por pior que seja a crise econômica, sempre haverá recuperação ao longo do tempo, mas a vida perdida não tem retorno e essa falta de respeito à vida que certos governantes estão mostrando configura-se um crime contra a humanidade. Por favor, respeitem o artigo 196 da nossa carta Magna, a Constituição Brasileira", finaliza.
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