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Pesquisador acredita que Petrolina ainda deve chegar no pico da covid-19

O estudioso defende que a situação de uma cidade deve ser analisada a partir de três variáveis: quantidade de leitos de UTI, índice de isolamento social e número de casos diários

JC
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Publicado em 13/08/2020 às 8:24 | Atualizado em 13/08/2020 às 11:23
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Apesar da estabilidade em alguns números, o professor acredita ser cedo para abrir bares e restaurantes na cidade sertaneja - FOTO: Cortesia

Com informações da Rádio Jornal de Petrolina

Diferentemente da vizinha Juazeiro, na Bahia, que atingiu o pico de casos da covid-19 no dia 8 de agosto, a cidade sertaneja de Petrolina ainda não chegou no ápice da curva do coronavírus. O esperado é que isso aconteça ainda esse mês: no dia 21 de agosto. Essa é a previsão feita pelo coordenador de uma pesquisa do Colegiado de Economia da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape), João Ricardo de Lima. O estudioso, que se mostra contrário a reabertura de bares e restaurantes, defende que a situação de uma cidade deve ser analisada a partir de três variáveis: quantidade de leitos de UTI, índice de isolamento social e número de casos diários.

“Se precisarmos de um novo isolamento, não adianta dizer às pessoas para ficarem simplesmente em casa, precisa partir para uma coisa mais rígida. Começa com um toque de recolher ou então faz um lockdown mesmo. Felizmente, os leitos aumentaram e temos pouca taxa de utilização”, explica o professor. No entanto, ele defende ser cedo para abrir bares e restaurantes. Atualmente, a cidade se encontra na etapa 5 do Plano de Convivência com a Covid-19. Nessa fase são permitidos funcionar escritórios com 50% da capacidade, concessionárias de veículos com capacidade total de funcionamento, além de delivery.

João Ricardo explica porque acredita ser um risco maior essa reabertura, que já acontece em Juazeiro. “A diferença de um bar aberto para uma loja de sapatos, por exemplo, é que na loja você não vai ficar por muito tempo. Já no bar, quando você vai tomar uma cerveja, você começa a querer ficar naquele lugar por mais tempo e a pessoa é obrigada a tirar a máscara. Então a situação dos bares e restaurantes é um pouco delicada. Mas é preciso levar em consideração, também, que são setores que estavam há cinco meses no prejuízo”, argumenta.

Números e medidas em Petrolina

Segundo os dados mais atualizados da quarta-feira (12), o município possui 39% dos leitos de UTI ocupados: dos 56 leitos oferecidos para os 349.145 petrolinenses, 22 estão sendo utilizados - dos quais sete estão moradores de outras cidades. Já a porcentagem de cidadãos que estão ficando em casa está na faixa dos 38%, deixando o município em 126º lugar dentro do ranking divulgado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na última terça-feira (11). De acordo com o pesquisador, mesmo com todas as medidas que estão sendo tomadas através de decreto municipal, “as pessoas não entenderam o isolamento social”, já que o ponto percentual do índice tem caído.

No que diz respeito aos casos confirmados da quarta-feira, 3.573 pessoas foram diagnosticadas com a doença, estando 1.907 recuperadas, além dos 63 moradores que vieram a óbito. Como mostram os dados mais recentes da pesquisa, a média móvel calculada até a terça é de 64 novos casos diários, sendo calculada por semana. Há sete dias, a média móvel era de 66 novos diagnósticos, mostrando estabilidade. Já a média móvel de mortes na cidade aumentou: está em 0,86 novos óbitos; nos sete dias anteriores, a média era 0,71.

Sobre as medidas tomadas pela Prefeitura, estão a criação do Centro de Atendimento ao covid-19 para atender e dar suporte à Atenção Básica de Saúde, além de campanhas educativas, distribuição de máscaras para os petrolinenses e a aferição da temperatura de pessoas que circulam em locais como as feiras livres e o aeroporto de Petrolina. A cidade também conta, desde julho, com um Hospital de Campanha, construído pelo Governo do Estado, responsável por 100 leitos de enfermaria. 

Um dos destaques que a diretora de atenção básica de Petrolina, Lorena Andrade, fez ao falar sobre o trabalho da Secretaria de Saúde de Petrolina são as testagens. "Já foram comprados 34 mil testes rápidos e até quarta-feira 28.419 pessoas foram testadas na cidade. Nós já testamos profissionais de saúde e assistência social, além de todos os profissionais de segurança. O nosso plano é comprar mais 50 mil testes para fazer em massa e, principalmente, chegar a todos que fazem parte do grupo de risco", comenta. Ela explica que a testagem é feita por distritos e os profissionais de saúde vão até o domicílio do paciente que apresenta algum sintoma respiratório para evitar que uma possível pessoa infectada saia de casa.

 

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