Um gesto de empatia das vendedoras Beatriz Eloi e Lívia Rodrigues fez diferença na vida de Eliane de Melo, grávida de oito meses. As mulheres estavam trabalhando, batendo de porta em porta, quando foram atravessar a rua e se depararam com uma pequena bolsa com uma boa quantia em dinheiro: R$ 1.187 em espécie. No entanto, dentro dela também estavam os documentos de identificação e elas não pensaram duas vezes antes de ir atrás da dona. O episódio inusitado e inspirador aconteceu na última quinta-feira (27), no bairro Nossa Senhora das Dores, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco.
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“Falei com meu tio, que já tinha trabalhado na TV Jornal, para divulgar”, relembra Beatriz. O tio dela, o publicitário Eduardo Almeida, conseguiu falar com a equipe da emissora para que a situação fosse anunciada na televisão. “Por coincidência, a sogra da moça que perdeu a carteira estava assistindo o programa e a notícia chegou até a dona”, explicou Eduardo. A bolsa eram de Eliane, que logo foi na sede da TV Jornal para agradecer às vendedoras e recuperar o dinheiro.
A grávida tinha acabado de sacar a quantia do seu auxílio emergencial, no valor de R$ 1.200, mas 13 reais ela tinha tirado da carteira. “Após receber, fui comprar algumas coisas. Só que quando eu tirei a bolsinha do dinheiro eu pensei que tinha colocado na outra sacola, mas tinha caído no chão e eu não percebi”, conta. O desespero dela foi grande ao voltar no local e não achar a carteira. Mas o desfecho foi feliz para ela. “Se não fossem as duas eu ia passar uma dificuldade muito grande. Tenho uma filha de 4 anos e uma para nascer daqui a 2 meses, preciso de dinheiro para o enxoval”, desabafa a Eliane.
“Muita gente poderia ter ficado com o dinheiro. Nós ficamos até sem reação quando vimos, mas dentro tinham todos os documentos dela e até o recibo do auxílio que ela tinha sacado. Isso é muito errado. E mesmo que fosse outra pessoa sem nenhuma identificação, eu faria o possível para encontrar o dono, tanto é que fui até o CRAS”, comenta Beatriz. Pelos dados dos cartões, as duas chegaram a ir até o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) local, mas o número de Eliane estava desatualizado.
Beatriz acredita que todo mundo deveria agir assim ao achar algo que outra pessoa tenha perdido. “Para todo mundo que encontrar algo que não seja seu, tente sempre procurar o dono porque pode ser uma pessoa que realmente precisa daquele dinheiro ou de qualquer outro objeto que você encontrou. Se fosse comigo, eu ia querer que devolvessem, então fiz o mesmo”, ensina.
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