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Grupos protestam no Centro do Recife por direito à moradia

Os manifestantes cobram do Governo de Pernambuco medidas para solucionar o déficit habitacional no Estado

JC
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Publicado em 31/08/2020 às 13:06 | Atualizado em 31/08/2020 às 13:52
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Os manifestantes saíram da Câmara dos Vereadores em direção ao Palácio Campo das Princesas, na tentativa de se reunirem com representantes do Governo do Estado - FOTO: REPRODUÇÃO/SJCC

Em atualização

Centenas de pessoas se reuniram na manhã desta segunda-feira (31), na área central do Recife, em ato pelo direito à moradia - garantido pela Constituição brasileira. O grupo liderado por movimentos sociais saiu da Câmara dos Vereadores do Recife, em Santo Amaro, bloqueando as vias no caminho em direção ao Palácio Campo das Princesas, sede do poder Executivo estadual, na tentativa de ter reunião com o representantes do Governo de Pernambuco.

O protesto, organizado pelo Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM) e pelo Organização e Luta dos Movimentos Populares de Pernambuco (OLMP), cobra medidas para solucionar o déficit habitacional no Estado. As entidades estimam que estimam que faltem 400 mil moradias aos pernambucanos. Só no Recife, o saldo negativo é de 150 mil casas, segundo os movimentos.

“A gente tem déficit de 8 milhões de moradias no Brasil, e o programa Casa Verde e Amarela não atende essas famílias em situação de vulnerabilidade”, falou um dos coordenadores do MLNM, Raul Jonatan de Sousa, em crítica ao recém-anunciado projeto federal que é a repaginação do Minha Casa Minha Vida. “O governador pode fazer diferença”, defendeu.

Raul disse que as entidades apresentaram no ano passado ao Governo de Pernambuco uma proposta de programa que destinaria 3% do imposto arrecadado para a construção de moradia popular. Segundo o dirigente, o Estado teria concordado com o projeto. "Deram um mês pra finalizar a proposta, mas até agora não houve nenhum empenho”, afirmou.

A ideia do grupo é que sejam erguidos conjuntos habitacionais para a população mais vulnerável em áreas doadas ao Movimento pelo próprio governo estadual. “Tem terreno em Paulista, em Arcoverde, no Recife, no bairro de Engenho do Meio”. citou Raul. Em Paulista, em terreno de 10 hectares cedido há cerca de 8 anos, 408 unidades já estariam sendo construídas, mas ainda haveria espaço para mais mil.

Se aproveitadas, as áreas poderiam beneficiar de 20 a 80 mil pessoas, de acordo com Raul. O público contemplado seriam “pessoas que moram em palafita, pessoas em situação de barreira, que estão abandonadas pelo poder público. Vale dizer que moradia é direito constitucional”, reforçou.

Em nota, a secretaria da Casa Civil respondeu que uma comissão com representantes dos movimentos está sendo recebida secretário-executivo de Articulação e Acompanhamento da Casa Civil, Eduardo Figueiredo. Após o encontro, a pasta enviará uma nova resposta.

Entre os manifestantes que se concentraram nesta segunda nas ruas do Recife estão famílias que ainda sonham com a casa própria. Desempregada, Yasmin da Silva Guedes, 22 anos, mora de favor com o marido e o filho na casa da sogra, no Conjunto Beira Mar, em Paulista. “Falta trabalho, está eu e meu marido desempregado. Com esse coronavírus, a gente não está conseguindo arrumar nada. Agora estou lutando pra conseguir uma moradia digna para mim e minha família”, relatou.

Yasmin foi ao protesto acompanhada da mãe, Simone Maria da Silva, 40, que mora de aluguel no mesmo residencial. “Sofri um acidente automobilístico e vivo impossibilitada de trabalhar. Perdi 75% da força do meu braço e não consigo superar a expectativa do povo. Começou essa pandemia e eu não consegui mais emprego. Minha única renda é o Bolsa Família”, contou. 

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