ESTADO DE SAÚDE

Duas das vítimas de incêndio em lancha em Marinha Farinha recebem alta no Recife

Outras duas vítimas permanecem estáveis e internadas no Hospital da Restauração. Uma mulher morreu

JC
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Publicado em 02/09/2020 às 7:36 | Atualizado em 02/09/2020 às 9:22
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MF Marina Clube descartou que a causa do incêndio esteja relacionada ao abastecimento de combustível na embarcação - FOTO: REPRODUÇÃO/WHATSAPP

Dois homens, de 54 e 56 anos, que estavam na lancha "Si Patron", que pegou fogo no último domingo (30) em Maria Farinha, no Litoral Norte de Pernambuco, receberam alta do Hospital da Restauração, no Centro do Recife. Respectivamente, um teve leves queimaduras nas pernas, e o outro lesão na boca, necessitando de um atendimento buco-maxilar-facial, e receberam alta na segunda e terça-feira (1º). Entretanto, as mulheres, de 40 e 56 anos, estão estáveis mas devem permanecer no hospital tratando os ferimentos, já que tiveram 40% do corpo queimado. Ao todo, cinco pessoas ficaram feridas. Uma vítima morreu, enquanto dois homens receberam alta. As informações foram atualizadas pela assessoria da unidade de saúde na manhã desta quarta-feira (2).

O chefe da unidade de queimados do Hospital da Restauração, o médico Marcos Barreto, informou que não há previsão de alta para as duas vítimas do sexo feminino. "As duas têm queimaduras graves, de terceiro grau, acima de 30% de superfície corporal. Elas continuam estáveis e estão sob os cuidados da equipe clínica intensivista da unidade", contou.

Wilma Maria da Silva morreu nessa terça-feira (1º), por volta das 7h45, em decorrência de insuficiência respiratória e parada cardíaca. O enterro será nesta quarta-feira (2) no Cemitério Municipal de Sirinhaém. Segundo um dos irmãos da vítima, Wilma era babá da família que tinha a lancha e deixa o marido e quatro filhos.

De acordo com o médico Marcos Barreto, Wilma tinha uma queimadura associada a um traumatismo raquimedular. "Essa lesão raquimedular era muito alta, era nível cervical, e essa paciente ficou tetraplégica. Como ela ficou tetraplégica, nós fizemos curativos e tudo mais, ela ficou na emergência aos cuidados do grupo de neurocirurgia. Só que ela começou a ter queda de pressão ontem à tarde. Durante a noite começou a fazer droga vasoativa e todos os cuidados, hoje pela manhã ela foi intubada, mas a parada cardíaca foi irreversível", explicou. Segundo ele, a vítima tinha aproximadamente 14% da superfície corporal queimada. As partes atingidas foram a posterior das pernas e a região dorsal, nas costas e ombro.

Inquérito foi aberto

Sobre o caso, por nota, a Marinha do Brasil, por intermédio da Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE) informou que um inquérito foi aberto para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do ocorrido. Concluído o inquérito e cumpridas as formalidades legais, o mesmo será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação, o qual dará vista à Procuradoria Especial da Marinha para que adote as medidas previstas no Art. 42 da Lei nº 2.180/54".

Já a MF Marina Clube disse, também por meio de nota, que segue colaborando com todo o processo investigativo das autoridades para solucionar o que provocou o acidente, e que o caso "não tem relação com o abastecimento e que os dois tanques de combustível da embarcação e seus componentes estão intactos".

Leia a nota na íntegra

"A MF Marina Clube informa que segue colaborando com todo o processo investigativo das autoridades para solucionar o que provocou um incidente que deixou cinco pessoas feridas em uma lancha, no início da tarde deste domingo (30).

A embarcação, que não pertence ao quadro de clientes da MF, parou no posto de combustível da marina, por volta das 13h30, para abastecer. Em seguida, começou um princípio de incêndio na embarcação, que logo foi contornado pelos frentistas do posto.

A MF Marina Clube esclarece que, ao contrário do que tem circulado pelas redes sociais, o incidente não foi acarretado pelo abastecimento de combustível na embarcação. A própria Marinha do Brasil, a partir da Capitania dos Portos, em análise preliminar, alegou que o incidente não tem relação com o abastecimento e que os dois tanques de combustível da embarcação e seus componentes estão intactos. A inspeção da Capitania sequer lacrou a bomba de combustível do posto da marina, porque não foi identificado nenhuma irregularidade no local.

A empresa foi solidária com as vítimas e prestou atendimento rápido aos presentes, deslocando as pessoas para a parte interna da marina assim que o incidente aconteceu.

A MF Marina Clube tem total interesse em saber o que ocasionou o incidente e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos que porventura se façam necessários."

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